O design flui o ar através da base inferior da forquilha para um melhor arrefecimento.
A Hitachi Astemo (renomeada Astemo a partir de 1 de abril) não é um nome conhecido, mas é um grande fornecedor automóvel para as indústrias de duas e quatro rodas que conta com a Honda como um grande acionista e possui marcas conhecidas, incluindo a empresa de suspensões Showa e o fabricante de travões Nissin. Como fabricantes de suspensão e travões sob o mesmo tecto, isto abre as portas a um design mais coeso, como ilustrado num novo pedido de patente que mostra como um garfo inferior redesenhado pode proporcionar um arrefecimento dos travões muito melhor.
A empresa já deu indícios desta forma de pensar, mostrando um concept na feira EICMA do ano passado sob o título “Harmonized Function Design” que envolvia a maquinação da parte inferior do garfo e da pinça do travão dianteiro a partir de um único bloco de alumínio, com as marcas Showa e Nissin transportadas nesse componente monolítico.
A Astemo afirmou que o design resultante era 0,44 libras mais leve do que uma configuração convencional e dissipava o calor 5% melhor porque a parte inferior do garfo agia como um dissipador de calor para a pinça.

O que a empresa não mencionou, no entanto, foi o facto do design apresentar uma conduta de admissão aerodinâmica direta através da parte inferior do garfo, entre o suporte do eixo dianteiro e o suporte do garfo. Mas este é o elemento do design que se tornou o foco do novo pedido de patente. É um passo lógico. Apesar de todos os potenciais benefícios do conceito EICMA, existem desvantagens em ter a pinça e a parte inferior do garfo maquinadas a partir de um único bloco.
Para começar, isto tornaria a manutenção mais complicada — teria de remover a roda e o disco de travão para trocar as pastilhas de travão, por exemplo, uma vez que a pinça não pode ser removida. Mas a ideia de uma abertura na parte inferior do garfo para direcionar o ar diretamente de volta para a pinça pode ser utilizada em conjunto com uma pinça de travão aparafusada mais convencional e um suporte de pinça, como mostrado na patente.

Basta olhar para as condutas de ar cada vez mais complexas utilizadas nas motos de corrida modernas, e até mesmo em alguns modelos de estrada, como a 675SR-R da CFMoto, para perceber que canalizar o ar para a pinça é uma consideração séria. Abrir um orifício na parte inferior do garfo dá mais espaço a uma conduta sem aumentar a área frontal da moto ou ter de mudar a direção do ar.
A versão principal do design apresentado na nova patente tem duas placas laterais que fixam o garfo inferior ao suporte do eixo, criando uma abertura quando visto de frente, aliadas a um delicado conjunto de suportes de membrana para segurar uma pinça de travão radial convencional de quatro pistões. Isto significa que os travões em si não precisam de ser redesenhados e não há diferença na complexidade da manutenção, mas ainda há um benefício em termos de aerodinâmica e arrefecimento.


