Parece remar contar a maré, quando a FIM acaba de confirmar a suspensão do Mundial de Motos elétricas MotoE, mas a marca espanhola de elétricas Stark Future transborda de confiança

A Stark Future acaba de lançar no You Tube um vídeo confirmando planos para motos elétricas de aventura, desportiva e supermoto para breve.
Os especialistas espanhóis lançaram um vídeo de quase oito minutos no YouTube, revelando um plano detalhado para uma futura moto de estrada, incluindo os nomes de alguns novos modelos.
O vídeo apresenta uma moto desportiva chamada “Lo” e um modelo de aventura chamado “Älg” – com clips que mostram também uma versão supermoto de pré-produção da sua Varg existente, que será lançada ainda este ano, conhecida simplesmente como SM.

“A nossa ambição é muito maior do que o motocross”, disse o fundador e CEO da empresa, Anton Wass, no vídeo. “Para onde vamos com isto será um imenso desafio para nós. A nossa ambição é tornarmo-nos um dos maiores fabricantes de motos do mundo. Queremos produzir e vender milhões de motos por ano.”
Estas ambiciosas declarações são apoiadas por uma receita de 47 milhões de euros no segundo trimestre deste ano e um EBITDA de 4,5 milhões de euros (Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização).
Além disso, também angariaram recentemente mais de 100 milhões de euros em injeções de capital na sua última ronda de investimento, garantindo novos investidores dentro da MotoGP, além dos atuais acionistas.

Embora a primeira moto de motocross Varg tenha surgido apenas em dezembro de 2021, a empresa sediada em Barcelona já conta com cerca de 400 colaboradores, produzindo pouco menos de 5.000 motos só no segundo trimestre de 2025.
“Hoje em dia, as pessoas veem a Stark como uma empresa de motocross, e acho que é importante começarmos a falar sobre isso externamente”, continuou Was, discutindo os planos para o novo modelo.
Parte disso foi a confirmação de que está em desenvolvimento uma nova moto de aventura, destinada ao mercado europeu.
“Enquadra-se perfeitamente na categoria de 800 cc. O nosso objetivo é 50% mais de potência, menor peso e um tempo de carregamento tão rápido quanto se consegue beber uma chávena de café”, continuou. “Acreditamos que esta se tornará a moto de aventura mais vendida no mundo, o que é bastante entusiasmante.”

A Stark já recebeu investimento da Eicher Motors, empresa-mãe da Royal Enfield – incluindo 50 milhões de euros em 2022. Em troca, ajudaram a desenvolver as novas roadsters elétricas urbanas Flying Flea da Enfield, previstos para 2026.
A Royal Enfield também não escondeu o desenvolvimento de uma moto de aventura Himalaia movida a bateria, exibindo anteriormente versões de desenvolvimento na feira EICMA de Milão e publicando imagens de testes de pré-produção nos Himalaias nas redes sociais nos últimos meses.
É possível que esta visão partilhada entre empresas seja utilizada no desenvolvimento da Älg. Embora a moto não seja mostrada na íntegra, os clips desfocados sugerem uma estatura semelhante à da Yamaha Ténéré 700.
A partir daí, o vídeo discute também a desportiva Lo, nome que significa Lince em sueco. Mais uma vez, os detalhes são escassos, mas a pequena carenagem do cockpit e o perfil lateral sugerem mais uma moto de estrada desportiva do que uma moto de corrida a bateria.
“O objetivo é o mesmo: mais potência, menos peso e carregar mais rápido do que se consegue beber um café”, continuou. “Mais autonomia em ambas as motos do que se tem energia para conduzir.”
A partir daí, fala-se duma dupla TT de freeride e quad, além da plataforma Gimli para o mercado asiático.
“A nossa ambição é que a plataforma de motociclos Gimli se torne a mais vendida no mundo, com milhões de unidades por ano, para que se consiga um preço super agressivo e, ao mesmo tempo, supere todos os concorrentes a gasolina, digamos, entre100 e 500 cc.”
Atualmente, todas as motos que a Stark fabrica são montadas à mão na sua fábrica de 20.000 metros quadrados perto de Barcelona, uma unidade com capacidade para produzir até 150.000 motos por ano.
No entanto, Was admitiu recentemente que algumas destas novas plataformas serão produzidas noutros locais, atendendo ao seu mercado-alvo.