Depois de 19 Grandes Prémios em todo o mundo, o paddock regressa ao Circuito de Barcelona-Catalunha para o Motul Solidarity Grand Prix of Barcelona – um evento com um objetivo para além do puramente desportivo, e onde estará em cima da mesa o mais alto galardão desportivo do MotoGP.
No final da corrida de domingo, sabemos que vamos ter um Campeão do Mundo, e pode até ser antes. Também sabemos que será Jorge Martin (Prima Pramac Racing) ou Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team) a erguer o título. Mas qual deles?
Apostar contra Martin – com a sua vantagem de 24 pontos e ritmo impressionante ao longo do calendário e das condições – é um risco maior. O número 89 raramente tem dado um passo em falso nas últimas semanas e parece ser uma aposta diferente do que nesta altura do ano passado.
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Todos os pequenos detalhes contribuem para a imagem de um piloto prestes a fechar o objetivo. Mas o seu ritmo no anterior GP da Catalunha não esteve ao nível do seu principal rival, Bagnaia, e nada está verdadeiramente acabado até ao seu termo. Milímetros separam a glória da gravilha no MotoGP e essa linha de milímetros é ainda mais difícil de percorrer quando o momento realmente chegou.
Para Bagnaia, entretanto, a corda bamba é puramente na pista. Não há matemática mental para fazer e não há dúvidas sobre o que tem de pôr na mesa.
É uma escolha binária: all-in ou perder por defeito. E nessas situações, algo parece desbloquear dentro do atual campeão. “Tenho de o fazer, logo, vou fazê-lo”. Mesmo na Sprint em Sepang, o “must” não era ganhar, o “must” era correr o risco. E foi o que fez. Depois, não valeu a pena. Num sábado diferente e num local diferente, talvez compense. Com um ritmo diferente dos rivais que os rodeiam, talvez dê. Com a corda bamba do piloto que está a perseguir a dar a Martin uma visão direta do título, talvez isso aconteça.
Há dois suspeitos habituais que Martin e Bagnaia vão ter debaixo de olho este fim de semana. No canto roxo, Martin vai esperar que tanto Enea Bastianini (Ducati Lenovo Team) como Marc Marquez (Gresini Racing MotoGP) não consigam manter o controlo sobre a dupla que luta pelo título. Uma repetição da Malásia. Bastianini terminou a corrida um pouco afastado da vitória e Marquez também admitiu que simplesmente não tinha o ritmo para se envolver na fascinante batalha. E depois o número 93 também se despistou.
Ter Marquez e Bastianini fora da equação tanto na Sprint como na corrida é o cenário de sonho para Martin. Por outro lado, isso seria um pesadelo para Bagnaia. “Preciso de Enea”, foi o facto, confirmado por Pecco na conferência de imprensa pós-corrida na Malásia. Não por ordens de equipa, simplesmente para tirar pontos a Martin.
O número 1 também poderia fazer com Marquez. Mas, ao contrário de Bastianini, um Marc rápido e em ação também poderia trabalhar contra Pecco. Esta dinâmica entre os quatro primeiros do GP da Catalunha de maio será uma observação fascinante na tarde de sexta-feira e na qualificação antes de começar a hora do espetáculo.
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