Históricas: As motos mais marcantes dos Anos 70 (1ª Parte)
Para muitas gerações andar de moto é sinónimo de liberdade. Apesar de tudo, a moto nem sempre foi aclamada pelo grande público e, de fato, nem sempre esteve no centro das atenções. No entanto, a década de 1970 marcou uma verdadeira viragem. Uma comunidade de “motociclistas” começou a surgir, impusionada com o lançamento de modelos de motos cada vez mais marcantes. Os entusiastas das motos começavam a reunir-se para trocar informações, movendo-se em grupos pelas estradas e a conduzir motos cada vez mais sofisticadas e velozes. Os mecânicos de motos também eram cada vez mais numerosos, não só para fazer reparações como melhorar as próprias performances de cada modelo. A moto passou a gerar satisfação e um profundo sentimento de independência.
É nos anos ’70 que se assiste à ascensão da moto como veículo de transporte particular, ao mesmo tempo que aparecem os ‘pilotos de café’, comumente designados ‘Café-racers’, que enfatizam a velocidade e o desempenho das máquinas. A década de 1970 também marcou o lançamento de modelos icónicos da Harley Davidson, Suzuki, Honda e outras grandes marcas de fabricantes, cada uma mais eficiente que a outra. E mesmo que os anos 70 nos levem quase 50 anos de vida, é claro que algumas motos dessa época ainda são hoje extremamente populares na atualidade e procuradas por muitos colecionadores. Vamos então conhecer alguns dos modelos mais marcantes dos “Seventies”:
Kawasaki H2 750
A Kawasaki nem sempre se dedicou à construção de motos. Com efeito, esta empresa foi criada no século XIX e especializou-se na época principalmente na produção naval. Foi somente após a Segunda Guerra Mundial que a Kawasaki se virou para o mercado das duas rodas e começou a construir motos. Um dos seus modelos mais icónicos foi a Kawasaki H2 750, lançada pela primeira vez em 1972. O objetivo na época era impressionar as massas com velocidade e som. O primeiro modelo tinha um motor de 3 cilindros de 750 cc que conseguia acelerar até um quarto de milha (400 metros) em apenas 12 segundos.
Motor: 3 cilindros, 2T refrigerado a ar (748 cc)
Potência: 74 CV @ 6800 rpm
Peso a seco: 192 kg
Moto Morini 350 GT / Strada
Foi antes da Segunda Guerra Mundial que a marca Morini nasceu, mais precisamente em 1937. Mas foi apenas no início da década de 1970 que a Moto Morini fez uma das suas viragens mais surpreendentes. Depois do fundador Alfonso Morini falecer em 30 de junho de 1969, a marca, assumida por sua filha Gabriella e fortalecida pela contratação do designer Franco Lambertini, desenvolveu um motor que levaria as suas cores em alta por mais de 20 anos: o V2 longitudinal. Tratava-se de um motor equilibrado, confiável, simples e potente, mas também económico em termos de custos de desenvolvimento e produção. Em 1972, este motor surgiu pela primeira vez em 350cc para equipar uma moto de estrada, a GT. No ano seguinte surgiria com o nome de “Strada” e seria declinado na versão “Sport” de 1974. A moto teve um sucesso imediato. O estilo era bastante sóbrio, mas de bom gosto, e mesmo sem ter a exuberância de algumas das suas concorrentes despertava atenções.
Motor: V-Twin inclinado a 72 graus refrigerado a ar (344 cc)
Potência: 35 CV @ 8200 rpm
Peso a seco: 158 kg
Hodaka Super Combat Wombat
A Hodaka Super Combat Wombat foi comercializada entre 1964 e 1978. Esta moto nasceu da associação entre uma empresa japonesa e uma empresa americana. Foi uma moto muito popular nos anos 70 e, nos 14 anos em que foi comercializada, a empresa Hodaka vendeu mais de 150.000 unidades. A empresa produzia a moto numa fábrica em Oregon que fazia parte da Shell Oil Company.
Motor: Monocilíndrico 2T arrefecido a ar (123cc)
Potência: n.d.
Peso a seco: 87 kg
Moto Guzzi V7 Sport
A Moto Guzzi é uma das marcas italianas mais sucesso teve nos Anos 70. As suas motos destacavam-se na época pela sua grande beleza, assim como pelo seu desempenho. Em 1971 a Guzzi desenvolveu o modelo V7 Sport, que era tão belo quanto eficiente. Comparado-a com a sua antecesora era mais leve e muito mais fácil de manusear. De fato, por ser mais baixa a Guzzi 750 V7 Sport permitia grande flexibilidade nas curvas. Esta moto, embora projetada há quase meio século, destaca-se pelas suas linhas elegantes e encorpadas, sendo sem dúvida um dos mais belos exemplares das desportivas italianos. E isso explica por que esta moto ainda é um verdadeiro sucesso hoje.
Motor: V-Twin inclinado a 90 graus arrefecido a ar (748.4 cc)
Potência: 70 CV @ 6300 rpm
Peso a peso: 206 kg
Suzuki RE-5
Depois de produzir teares mecânicos desde 1909, foi a partir da década de 1960 que a Suzuki começou a investir na construção de motos. Foi imediatamente um verdadeiro sucesso, e continuou nesse impulso a fabricar motos cada vez mais eficientes. Foi dentro desta estrutura que a empresa japonesa Suzuki produziu e comercializou o modelo RE-5 de 1974 a 1976. A moto foi equipada com um motor rotativo refrigerado a líquido, fabricado pela Wankel. Esses motores consistiam numa arquitectura específica, composta por um motor rotativo suave e ultra-poderoso. Este tipo de motor ainda é raro hoje. A RE-5 foi um verdadeiro sucesso, e a procura foi tão grande que modelos adicionais tiveram que ser produzidos, e isso, por três anos consecutivos!
Motor: Wankel rotativo de 1 cilindro (498cc)
Potência: 62 CV @ 6500 rpm
Peso a seco: 230 kg
MV Agusta 350B Sport
Foi no início dos anos 70 que a marca italiana desenvolveu o modelo MV Agusta 350B Sport. A moto apresentava um novo visual desportivo e um motor mais rápido que os modelos mais antigos. Ainda que hoje a moto pareça não ter nada tão particular, o fato de a fabricante ter desenvolvido uma máquina que podia atingir a velocidade máxima de 150 km/h era uma grande novidade na época. A 350B Sport não pesava muito e era extremamente fácil de manusear. Nas décadas seguintes, a MV Agusta reformulou um pouco mais o motor e introduziu várias variações em termos da cilística.
Motor: 2 cilindros paralelos a 4 tempos arrefecido a ar (349cc)
Potência: 27 CV @ 7600 rpm
Peso: 149 kg
Suzuki GS750
A Suzuki GS750 foi colocada no mercado em 1976. Este era o modelo de entrada na série GS. Antes deste modelo chegar ao mercado, as motos eram dominadas por motores de 2 tempos. Em relação aos motores de 4 tempos, a empresa produziu pela primeira vez a Colleda COX com os seus motores de 93 e 125 cc em 1955. A Suzuki trabalhou então na série GS, e assim aperfeiçoou as suas motos de 4 tempos. Foi de extrema importância o aparecimento deste novo modelo, depois de quase duas décadas sem produzir algo tão sensacional.
Motor: 4 cilindros em linha arrefecido a ar (748cc)
Potência: 63 CV @ 8500 rpm
Peso a seco: 223 kg
Benelli 900 Sei
A marca Benelli foi criada por dois irmãos italianos, os Benellis. Construíram o seu primeiro modelo de moto em 1921, na garagem da família (!), competindo com a marca Guzzi. Foi graças ao piloto Tonino, que se tornou tricampeão do mundo com a Benelli 175, que a marca teve um sucesso sem limites em meados da década de 1920. Em 1979, a marca lançou o modelo 900 Sei que foi comercializado de 1972 a 1978. Uma moto italiana muito popular, que se destacava das concorrentes pela sua velocidade e design. Quando foi lançada, a Benelli 900 Sei tinha uma velocidade máxima de 193 km/h! Os motociclistas da época também eram grandes fãs do seu design angular, algo que a tornava única em comparação com os designs arredondados da época.
Motor: 6 cilindros transversais arrefecido por ar (906cc)
Potência: 80 CV @ 8400 rpm
Peso com combustível: 254 kg
Continua…
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