A venda pública dos ativos da Energica, a empresa que fez as primeiras motos elétricas de MotoGP, terá lugar no dia 20 de março de 2025, no Tribunal de Modena.
A Energica Motor Company escreveu a história do motociclismo elétrico. Representava muito mais do que apenas uma empresa: era uma visão ousada da inovação e do progresso. Fundada com o objetivo de revolucionar o setor das motos elétricas, alcançou importantes objetivos na mobilidade sustentável, destacando-se pela utilização de tecnologias de ponta. Entre 2019 e 2022, foi o único fornecedor do Campeonato do Mundo de MotoE, antes da Ducati assumir esse papel. Em 2021, o fundo americano Ideanomics adquiriu primeiro uma participação minoritária, antes de ganhar o controlo de 72% das ações. Entretanto, após um dia extraordinário, a Energica foi colocada em liquidação judicial em outubro de 2024.

O leilão público terá lugar no dia 20 de março de 2025 no Tribunal de Modena, estando o prazo para apresentação de propostas fixado para o dia 19 de março de 2025, às 16h00. O Assistente Administrativo do Processo estimou o património da empresa em 5 milhões e 700 mil euros. O pacote à venda não inclui os dois armazéns na Via Scarlatti, que foram alugados, mas inclui as máquinas, o mobiliário, todos os equipamentos de trabalho e máquinas-ferramentas, dezenas de motociclos, completos e em várias fases de montagem, peças de substituição no valor de 154 mil euros, stock do armazém no valor de 3,4 milhões de euros, incluindo células de bateria de lítio com um valor estimado de 726 mil euros. Isto também inclui marcas registadas, patentes, software e segredos comerciais relacionados com a produção de motos elétricas.
As causas da crise da Energica

A Energica Motor Company, fundada em 2009 dentro do Grupo CRP e oficialmente constituída em 2014, estabeleceu-se como pioneira italiana no segmento das motos elétricas de gama alta. Apesar do crescimento das vendas, os custos excederam consistentemente as receitas, resultando em perdas estruturais no período de 2018 a 2023. O relatório de avaliação destaca que a empresa nunca gerou lucros significativos e que os grandes investimentos não atingiram a plena operacionalidade esperada. Este desequilíbrio financeiro levou inevitavelmente à cessação de atividade.
O fecho da Energica Motor Company marca o fim de uma era importante para o setor italiano de motociclos elétricos. No entanto, colocar a empresa à venda abre caminho a potenciais investidores interessados em relançar a marca ou adquirir o seu know-how tecnológico. O setor da mobilidade elétrica continua a evoluir rapidamente e, com os recursos certos, a Energica pode ter uma segunda vida.