Invenção ETOP resolveria problemas de autonomia dos VE

Os detratores de veículos elétricos terão de encontrar algo novo para se queixarem, se esta tecnologia for tão boa como dizem os seus inventores.
Uma empresa americana afirma ter desenvolvido uma tecnologia que pode reduzir o custo da bateria dos veículos elétricos, aumentar a segurança e alargar o alcance para cerca de 1.600 km.
As baterias estão atualmente destinadas a ser utilizadas em aeronaves eVTOL (descolagem e aterragem vertical elétrica), mas a 24M, sediada em Massachusetts, afirma que a tecnologia pode ser facilmente adaptada a carros elétricos e, mais importante ainda, às motos elétricas.

A tecnologia das baterias pode ser confusa, especialmente quando se aprofundam questões como o design da embalagem exterior.
O famosos instituto técnico MIT tem estado a trabalhar com “terapia celular e de nanopartículas”, mas o que isso significa especificamente, não é fácil de explicar.
De qualquer forma, de acordo com a 24M, a empresa por detrás da chamada tecnologia E-TOP (elétrodo para pacote) afirma: “A célula de iões de lítio moderna tornou-se um obstáculo para aplicações de alta tensão, como veículos elétricos e armazenamento em rede.”
O problema, afirma a 24M, é que os sistemas de baterias atuais desperdiçam espaço entre as células. A empresa afirma que até 70% de uma bateria pode ser composta por material estranho – o invólucro da célula, por exemplo – que não contribui em nada para o funcionamento da bateria.
A eliminação deste espaço tornaria, obviamente, a bateria mais compacta, eficiente e eficaz.
“A inovadora tecnologia ETOP da 24M elimina completamente as células em sistemas de alta tensão”, explica um vídeo no site da 24M. “A ETOP utiliza… pares de elétrodos e separadores, selados em películas finas.”
Isto cria uma espécie de bolsas de energia (terminologia nossa) que são depois acondicionadas na bateria lado a lado.
Isto, diz a 24M, faz do ETOP “a versão mais próxima de uma bateria ideal – apenas material ativo num invólucro”. “As bolsas podem ser configuradas de forma flexível e fabricadas em diferentes tamanhos para maximizar a eficiência e o desempenho”, acrescenta.
Por outras palavras, uma moto elétrica não precisaria necessariamente de ter o volume estranho com que as motos elétricas sofrem atualmente. A 24M afirma que o seu sistema melhora a eficiência em 35% e reduz o custo em 40%, ao mesmo tempo que reduz o risco de incêndio.
“Tudo isto é possível agora”, afirma a fonte, indicando que não é uma ideia distante, mas algo que poderá ser feito assim que os fabricantes demonstrem vontade de a integrar nos seus processos. Aí está o problema.
Reestruturar e substituir formatos existentes é notoriamente o tipo de coisa com que os fabricantes não gostam de gastar dinheiro.
Sem dúvida, alguns dos maiores nomes do setor acharão que as coisas estão a correr bem como estão. Considere-se, por exemplo, as notícias desta semana: o Reino Unido tornou-se o maior mercado para os carros elétricos da BYD fora da China (de acordo com uma notícia +a BBC, a empresa vendeu 11.271 veículos elétricos e híbridos plug-in no Reino Unido só no mês passado).
Se está a funcionar bem, porquê mudar? Em equipa que ganha, não se mexe, correto? Mas outros podem estar dispostos a arriscar. E se o fizerem, isso poderá eliminar duas das três maiores queixas dos motociclistas sobre os veículos elétricos: a autonomia e o custo. No que diz respeito ao som e à sensação, bem, a Yamaha já está a trabalhar nisso, como noticiámos há dias.