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História – A Benelli

Paulo Araújo por Paulo Araújo
8 Outubro, 2025
em Clássicas, Destaque Homepage, Revista Motos
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História – A Benelli

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Parte 2

A Benelli teve a sua época de glória no final dos anos sessenta, quando o verde e prata das suas motos dominava a competição ao mais alto nível

Kel Carruthers com a Benelli 250 ostentando o Nº 1 de Campeão Mundial na Ilha de Man

Outro nome famoso que pilota para a marca do leão é Renzo Pasolini, recordado sobretudo pelos duelos a dois com Giacomo Agostini e as suas mais potentes MV Agusta.
Enquanto estava na Ilha de Man em 1969 a competir na Benelli 250, Renzo Pasolini cai e fica lesionado.
A moto acaba por ser emprestada a um australiano praticamente recém-chegado à Europa, que pilotava tudo o que aparecesse, de nome Kel Carruthers.
Carruthers, que já mexia em motos de corrida aos 15 anos, foi convidado a pilotar a Benelli 250 ao mesmo tempo que ainda competia numa Yamaha nas 350 e prontamente venceu a classe 250 no TT , a primeira vitória da Benelli em quatro anos!

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Com Kel Carruthers, a marca iria mesmo vencer o Mundial de 250 em 1969, mesmo antes da chegada das Yamaha a 2 tempos ter posto as quatro tempos fora de combate na classe.
Mesmo no ano da sua vitória, o feito foi considerável, pois Kel competia na Benelli de 5 velocidades (e platinados pouco fiáveis) contra as Yamaha semi-oficiais de Gould e Read, equipadas com caixas de seis velocidades e as primeiras ignições eletrónicas Motoplat.

A marca fabricava também uma variadíssima gama de ciclomotores e pequenas cilindradas, exportadas para muitos países, como a Export Sprint abaixo.

No entanto, a marca largou a competição pouco depois, em dificuldades financeiras, quando, em 1972, foi adquirida pelo empresário argentino Alejandro De Tomaso, que modernizou a fábrica e espantou o mundo no início dos anos 70 começando a fabricar motos de grande cilindrada.
Uma das mais famosas viria a ser a fabulosa, mas problemática, Benelli 750Sei, uma espécie de Honda 750 com seis cilindros em linha em vez de quatro, que antecede a Honda CBX1000 de 6 cilindros por uns 5 anos…
Para mais, quem quisesse uma quatro em linha, podia sempre adquirir a não menos exótica Benelli 250 Quattro, uma espécie de miniatura da Honda 350 Four…
Entretanto, para não depender só das motos, a marca desenvolveu uma importante divisão de maquinaria de precisão, que se empenha no fabrico de instrumentos de medida, balanças, etc.

Os irmãos Benelli, apaixonados pela caça, desenvolveram vários protótipos de caçadeiras avançadas que, a maioria das vezes, nunca chegavam a ser postas em produção, porque a divisão mecânica absorvia todo o seu tempo.

Aproveitando a tradição da região, que data dos tempos da renascença, no fabrico de relógios, bússolas e outros instrumentos técnicos de precisão, a marca sobreviveu em temporadas em que as suas lindíssimas e avançadas motos de estrada, por sí só, dificilmente garantiriam a sua sobrevivência.

No entanto, em meados dos anos 60, surge uma oportunidade de fundar uma firma independente com um especialista de Bolonha, que os irmãos não deixam escapar: assim surge a Benelli Armi, que fabrica entre outras as famosíssimas pistolas de tiro desportivo da marca.

Aproveitando a tradição da região, que data dos tempos da renascença, no fabrico de relógios, bússolas e outros instrumentos técnicos de precisão, a marca sobreviveu em temporadas em que as suas lindíssimas e avançadas motos de estrada, por sí só, dificilmente garantiriam a sua sobrevivência.

A Benelli continua estabelecida em Pesaro, numa fábrica claramente visível da auto-estrada que liga Bolonha a Ancona, mas é agora, desde 2005, parte do grupo chinês Qjian Jiang (QJ), o maior produtor de veículos de duas rodas da China.
A produção anual é de 1.200.000 veículos e emprega 14.000 pessoas numa fábrica ultra-moderna e de grande dimensão, localizada em Wenling, a 500 km de Xangai.

A renovada Benelli produz principalmente “scooters” e pequenas cilindradas, mas há uns anos lançou também a lindíssima Tornado 900, e 1130 Tre, um par de desportivas no estilo street-fighter que foram inovadoras e exclusivas ao mesmo tempo.Entretanto, a gama de Turisticas Aventura TRK tornaram-se um fenómeno de vendas, nomeadamente em portugal, onde são representadas pelao Grupo Multimoto.
A sobrevivência futura da mítica e arrojada marca parece assegurada.


Paulo Araújo

Paulo Araújo

Com uma experiência de várias décadas no âmbito do motociclismo, viajou pelo mundo cobrindo eventos nas duas rodas. Já foi piloto de velocidade, team manager, instrutor, jornalista e comentador de rádio e televisão, especializando nas modalidades de velocidade, em particular MotoGP, SBK e Endurance.

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