Embora sejam conhecidos como scooters ou motociclos de três rodas, a realidade é que a grande maioria destes veículos são triciclos, e são homologados como tal.
Na verdade, a única que é vendida e homologada como moto é a Yamaha Niken. Os demais modelos, tanto os de duas rodas dianteiras quanto os de duas rodas traseiras, são homologados como triciclos e, graças a esse detalhe e independentemente da sua cilindrada ser superior a 125 cc, podem ser conduzidos com carta B com certos requisitos. É verdade que esse detalhe chama muita atenção, pois alguns deles, como os triciclos Can-Am, com 1.330 cc e 115 cv, ou a Harley-Davidson, com 1.868 cc e 83 cv, podem ser conduzidos com carta B a partir dos 21 anos, sem qualquer experiência em pilotar motos.
Mercado de 3 rodas em Portugal

Em termos de mercado, estamos a falar de um nicho de mercado, não só em Portugal como noutros países. Para que fique com uma ideia do mesmo, durante o ano de 2024, saiba que no nosso território foram matriculados 225 veículos deste tipo, num quadro liderado pela Yamaha (60 unidades), seguido pela E-Tuk Factory (57) e Piaggio (56), as marcas que mais venderam neste segmento. Mais atrás vêm a Harley-Davidson, Quadro, Kymco e Peugeot, com números muito baixos nas suas vendas. Ao todo houve um decréscimo de -14,4% em relação ao ano anterior de 2023.
Que certificação um veículo deve ter para ser considerado um triciclo?

Em 2013, o Parlamento Europeu reformou o regulamento que rege a homologação de veículos de três rodas para que possam ser tratados como triciclos. Esses veículos devem ter passado por um processo de homologação específico para se qualificarem para a categoria L5e .
Principais características que os veículos L5e devem ter:
- Três rodas simétricas: Os veículos desta categoria devem ter três rodas dispostas simetricamente em torno do eixo longitudinal. O trem de duas rodas pode estar na dianteira ou na traseira, e a sua largura mínima deve ser superior a 46 cm.
- Cilindrada maior que 50 cc.
- Velocidade máxima superior a 45 km/h.
- Sistema de travagem combinada
- Pedal de travão que atua em ambos os eixos.
- Travão de estacionamento.
- Espelhos retrovisores que se projetam da carroçaria.
- Sistema estabilizador: Se o veículo não tiver eixo rígido, deve incluir um estabilizador ou sistema de travamento que o mantenha em pé quando parado, sem que o condutor precise apoiar os pés no chão.

A favor:
- Estabilidade. Com mais suporte, são mais estáveis e menos propensos a tombar ao se inclinar em curvas, especialmente em dias frios ou em asfalto sujo, molhado, etc.
- Travagem mais potente e segura. Graças aos três pneus, a distância de travagem é reduzida e a sensação de segurança ao travar é aumentada.
- Maior estabilidade ao parar. O condutornão precisa apoiar os pés no chão ao parar. O veículo não capota ao parar.
- Mais seguros para condutores inexperientes. Em alguns aspectos, elas se comportam como um carro. Além de se sentirem mais seguros, os condutores novatos ou inexperientes podem dirigi-los com mais confiança.
- Capacidade de carga. Na maioria dos casos, em comparação com motociclos similares, os triciclos têm maior capacidade de carga e geralmente também são aprovados para transportar mais peso.
Contra:
- Sensações. Os triciclos são mais pesados e menos ágeis. E também não permitem inclinar-se nas curvas tanto quanto uma moto ou scooter de duas rodas. Além disso, a sua relação peso-potência mais baixa traduz-se em desempenho inferior. Portanto, não transmitem tanta sensação quanto uma moto.
- Manobrabilidade. Ao se movimentar em espaços pequenos, entre carros ou manobrando em baixas velocidades, são menos manobráveis do que uma moto de duas rodas. O seu peso maior exige mais esforço ao movê-las a partir de uma posição parada.
- Preço. O preço que se paga por um triciclo é sempre mais alto do que por uma moto ou scooter da mesma marca com motor similar. Têm mais componentes e um design mais complexo, então, logicamente, são mais caros.
Nota: Na 2ª Parte deste artigo, damos a conhecer as melhores motos de 3 rodas em 2025.