Kawasaki apresenta as elétricas Z-e1 e Ninja e-1 – Evolução inspirada na tradição
A convite da Multimoto, importador oficial da Kawasaki em Portugal, fomos até ao Montijo para conhecer a nova proposta em termos de mobilidade sustentável da marca japonesa. As duas versões elétricas, a Kawasaki Z-e1 e a Ninja e-1, são as primeiras motos ( não scooters ) de motorização limpa que chegam ao mercado neste segmento de entrada.
A Kawasaki, ao contrário de outras marcas, optou por desenvolver os seus modelos com base na experiência e conhecimento já existente no segmento de motores térmicos, sobretudo ao nível da ciclística e estética, e propor dois modelos que têm inspiração directa nos que fazem parte da gama até agora proposta. De facto ao observarmos as duas motos identificamo-las de imediato com a família de motos naked Z e com a gama de desportivas Ninja, sendo que a sua dimensão é em tudo semelhante à gama 400 nas suas duas propostas.
A Kawasaki está a levar muito a sério o desenvolvimento de tecnologia limpa na motorização dos seus modelos, tendo vindo a desenvolver, num projecto conjunto com a Toyota, motorizações a hidrogénio que chegarão em breve ao mercado em modelos híbridos recentemente apresentados no Salão EICMA em Milão. A Kawasaki irá lançar nos próximos 2 anos cerca de 30 novos modelos onde apenas 10 montam motores de combustão. O objectivo é chegar a 2035 com uma gama de emissões zero e em 2050 obter a neutralidade carbónica como empresa.
Os novos modelos agora apresentados apresentam uma estética convencional, de inspiração, como já referimos em modelos de motor a combustão e apenas o facto de não terem escape nos faz identificar de que se trata de uma versão elétrica. Em termos gerais a versões e-1 herdam todo o conhecimento tecnológico da Kawasaki ao nível do desenvolvimento de novas motos e representam uma proposta de mobilidade limpa alternativa.
Na desenvolvimento dos novos modelos a Kawasaki estabeleceu alguns princípios que os caracterizam:
- – serem ágeis e leves
- – ausência de caixa de velocidades e embraiagem
- – manutenção reduzida
- – várias opções de carregamento
- – consumo reduzido
- – funcionamento silencioso
- – aceleração vigorosa c/ e-boost
- -travagem assistida por ABS
- – painel TFT com ligação via APP Rideology da Kawasaki
- – uma utilização divertida
- – estética Z e NINJA
No teste que pudemos realizar, num percurso previamente definido pela organização de cerca de 40 Kms, pudemos constatar o bom desempenho da ciclística sobretudo a nível das suspensões, que apesar de não serem ajustáveis revelaram um bom desempenho, mesmo em piso degradado. A travagem assistida por ABS e de bom tacto e mordida, revelou-se suficiente para travar em segurança os cerca de 135/140 Kg dos dois modelos. Aliás tanto o quadro como as suspensões e o sistema de travagem pareceu-nos serem herdados das versões térmicas de 400cc ( Z e Ninja ) embora as e-1 sejam equiparadas a motos de 125 cc em matéria da sua potência e desempenho.
O motor tem uma potência máxima de 12 CV ( 9 Kw ) e atinge a velocidade máxima de 99 Km/h, com o acionamento do botão e-Boost, sem o qual apenas atinge os 85 Km/h. A aceleração é progressiva e a intervenção da função “Boost” permite atingir mais rapidamente uma maior velocidade, muito útil por exemplo nas ultrapassagens. Porém, esta funcionalidade apenas está activa durante um período curto de cerca de 12s, realidade que é ilustrada no painel TFT através de barras que vão desaparecendo. Depois é necessário esperar o carregamento novamente do e-Boost para podermos novamente acioná-lo. Esta funcionalidade tem por objectivo manter o consumo das baterias o mais baixo possível, garantindo maior autonomia, que é de um máximo de 70 Kms.
Em termos de ajudas electrónicas os dois modelos e-1 contam com um modo ROAD e outro ECO podendo a função e-Boost ser acionada em ambos. O modo ECO reduz a velocidade máxima aos 62Kmh e 75 Km/h com e-Boost. No modo Road obtêm-se os parâmetros máximos de velocidade, 85 Km/h e 99 Km/h com e-Boost.
O sistema de alimentação é constituído por duas baterias de lítio ligadas em paralelo e o seu sistema de carregamento é bastante prático e funcional podendo serem carregadas de três formas diferente. A primeira sem serem retiradas da moto e utilizando um carregador incluído com a moto. Caso o utilizador não tenha espaço de garagem ou acesso a corrente elétrica junto à moto poderá aceder debaixo do assento e retirar facilmente cada bateria da moto ( pesam cerca de 11 Kg cada ) e levar as mesma para casa ou escritório onde terá duas oções; carregar cada uma através do carregador ( obrigando a desligar uma para ligar a outra uma vez a primeira carregada ) ou através da aquisição de uma Dock Station que igualmente apenas permite o carregamento de uma bateria de cada vez.
Os tempos de carregamento logicamente variam em função da carga que as baterias tenham num momento determinado. Por exemplo se as baterias estiverem totalmente descarregadas levará cerca de 7,4 Horas a obter a carga máxima. No entanto se as baterias estiverem por exemplo a 20% em apenas 3 horas podemos obter 85% da carga. Cada bateria tem um custo de cerca de 2.000 eur, embora as duas baterias standard estejam incluídas no PVP dos dois modelos assim como o carregador.
Os dois modelos incorporam ainda uma funcionalidade, o “ Walk Mode “, que uma vez acionado permite ajustar a velocidade máxima para 5 Km/h e 3 Km/h em marcha atrás, acionado pelo punho do acelerador, o que resulta ser uma ajuda em algumas manobras, sobretudo quando estacionamos em descidas mais íngremes.
O painel TFT permite ainda o emparelhamento com smartphones através da utilização da App Rideology da Kawasaki e termos acesso a múltipla informação sobre as motos nomeadamente o estado das baterias e percursos realizados, entre outras.
O teste proporcionado em ambos modelos pela Multimoto terminou no Kartódromo do Montijo onde pudemos rodar, já com valores de carga baixos em que o sistema de gestão das baterias entra automaticamente em modo de proteção de forma a garantir que chegamos a um local de carga. Ainda assim as motos atingiam os 60 Km/h e permitiram-nos constatar a sua estabilidade em curva e agilidade na condução, muitas vezes no limite dada a dificuldade do circuito e do piso do mesmo mais próprio para os Karts.
As duas versões, a Z e-1 e a Ninja e-1 estão obviamente destinadas ao um target de mercado muito específico, sensível a questões ambientais, com necessidades de circulação urbana, com poder de compra e que prefira uma moto em deterioro de uma scooter. As questões dos limites das licenças de condução podem igualmente ser relevantes ( A1 e B ) mas os seus preços elevados serão talvez condicionantes de um maior sucesso comercial. A Kawasaki Z e-1 tem um PVP de 8.790 eur e a Ninja e-1 de 9.390 eur. Ambas estão apenas disponíveis numa opção cromática.
Ficha Técnica
Motor
- Tipo de motor Arrefecimento a ar, motor de magnetos sincronizados
- Performance & Transmissão
- Potência máxima 9 kW {12 PS} / 2.600-4.000 rpm
- Binário máximo 40.5 N•m {4.1 kgf•m} / 0-1.600 rpm
- Potência Nominal 5.0 kW {6.8 PS} / 2,800 rpm
Velocidades Máximas / Consumos
- ECO Mode 64 km/h | ECO Mode + e-boost 75 km/h |
- ROAD Mode 88 km/h | ROAD Mode + e-boost 99 km/h (speed limited)
- Consumo Elétrico 49 Wh/km (WMTC)
- Alcance 72 km (WMTC)
- Transmissão final Corrente
- Rácio de redução primária 3.211 (61/19)
- Rácio de redução final 3.867 (58/15)
Baterias
- Tipo Lithium-ion battery pack x2
- Voltagem 50.4 V
- Capacidade Total 30 Ah x2
- Peso total da bateria 11.5 kg x2
- Tempo de Carga (0 to 100%) 3.7 h x2
Travões & Suspensão
- Travões dianteiros Disco único
- Travões traseiros Disco único
- Suspensão dianteira Telescópica
- Suspensão traseira Braço oscilante
Galeria de imagens
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