Moto Morini Calibro: 30 anos depois, o regresso | Contacto
Qualidade de construção
A Moto Morini está a fazer um esforço para apresentar uma qualidade de construção superior nos seus produtos e esta Calibro é prova disso. Mais de 30 anos após o lançamento da sua última Cruiser, a marca italiana apresenta agora um produto no mercado que, apesar de não podermos considerar premium, aparenta uma boa qualidade de construção e dos seus componentes, nomeadamente os retrovisores metálicos, assim como o depósito de combustível. O próprio painel com o conta rotações analógico demonstra qualidade e atenção aos detalhes por parte da marca. Podemos dizer que talvez o aspeto que aparente uma qualidade inferior seja o motor, que coincidência ou não, é o componente fabricado na china.
Motor
Estamos a falar de um motor já com alguns anos de existência, uma vez que a base deste bloco é o da Kawasaki ER-6N, e por isso um motor já com alguns anos. Equipa também as versões X-Cape e Seiemmezzo da Moto Morini, mas este na Calibro possui algumas diferenças internas de forma a aumentar a cilindrada e a disponibilidade do mesmo. É um motor rotativo com a sua alma a aparecer pouco depois das 6.000 rpm, algo que numa moto desportiva é bem visto, mas num segmento Cruiser talvez seja tardio, até por isso implicar algumas vibrações extra nas mão e pés. Apesar disso, o bloco é bastante suave em mudanças altas e baixas rotações, permitindo circular de forma despreocupada e com poucas passagens de caixa em ritmo de passeio, pecando apenas por não ter um pulmão tão grande como gostaríamos abaixo das 6.000 rpm.
Ciclística
A suspensão dianteira é convencional, como manda a regra neste segmento e na traseira temos um duplo amortecedor que apresenta um comportamento semelhante à dianteira, com alguma rigidez e dificuldade em lidar com excessivos ressaltos na estrada. Ainda que tudo isto seja compensado com um assento bastante confortável e uma boa posição de condução, ajudando também quando queremos aplicar uma condução mais desportiva, sabemos que o propósito desta moto não é “atacar” curvas (ainda que a marca assuma que procurou um comportamento mais desportivo), e por esse motivo um pequeno ajuste na dianteira e traseira de forma a tornar a ciclística mais suave, seria bem-vindo. Não será difícil certamente. A travagem está a cargo da J.Juan, com apenas um disco à frente e outro atrás, sendo o traseiro maior do que o que costumamos encontrar neste tipo de motos, algo que é bem recebido, uma vez que a travagem quando utilizada em conjunto é bastante eficaz e o disco traseiro de maiores dimensões faz-se notar.
Tecnologia e equipamento
Aqui há pouco a dizer, mas por opção da marca. Foi a própria Moto Morini a afirmar que optou por não equipar certos apetrechos eletrónicos para que o condutor se sinta mais ligado à moto e à estrada, e não levamos nada a mal essa opção. A verdade é que um acelerador por cabo é sempre bem-vindo e uma moto com 70 cv sem controlo de tração nunca fez mal a ninguém. Não há por isso modos de motor, ou tecnologia avançada no painel TFT (porque é um analógico misturado com um pequeno LCD), mas temos ABS e iluminação Full LED com umas luzes diurnas bem fortes e características da marca com sede em Pavia.
Conclusão
Foram mais de 30 anos de ausência de um segmento que parece estar a ganhar cada vez mais força. A proposta é arrojada, uma vez que a marca italiana decidiu colocar esta Calibro com um motor de 700 cc, o que implica que se situa essencialmente no meio de toda a sua concorrência. Estarão disponíveis duas versões, a normal e a Bagger e o cliente terá de optar à priori, por uma, ou por outra, não sendo possível converter. O preço parece apropriado ao segmento e ao que a marca oferece com este modelo, e com três décadas de ausência, podemos dizer que a Moto Morini está num bom caminho para nas próximas gerações oferecer um melhor pacote com esta Calibro. O balanço é positivo, com algumas notas, mas com a consciência de que se trata de um modelo de primeira geração.
CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS | Moto Morini Calibro |
MOTOR | |
Cilindrada | 693 cc |
Potência | 69 cv @ 8.500rpm |
Binário | 68 Nm @ 6.500 rpm |
Nº de Cilindros | 2 cilindros em linha |
TRANSMISSÃO | |
Caixa de Velocidades | 6 Velocidades |
Tipo de Caixa | Manual |
QuickShift | Não |
Embraiagem | Multidisco em banho de óleo |
Transmissão Final | Correia |
QUADRO | |
Tipo de Quadro | Aço |
Sub-Quadro | Aço |
SUSPENSÕES | |
Suspensão Dianteira | Suspensão tradicional 41 mm |
Curso da Susp. Dianteira | 120 mm |
Suspensão Traseira | Duplo amortecedor, ajustável em compressão |
Curso da Susp. Traseira | 100 mm |
TRAVÕES | |
Travões dianteiros | Disco 320 mm, J.Juan |
Pinças de Travão Diant. | 2 pistões |
Travão Traseiro | Disco de 255 mm, J.Juan |
Pinça Travão Tras. | 1 pistão |
JANTES E PNEUS | |
Medida do Pneu Diant. | 130/70-R18 |
Medida do Pneu Tras. | 180/65-R16 OU 180/70-R16 |
AJUDAS ELECTRÓNICAS | |
Modos de Motor | Não |
Outros | ABS |
Controle de Binário e Tração | Não |
DIMENSÕES | |
Distância entre Eixos | 1490 mm |
Altura do Assento | 725 mm |
Distância ao Solo | 140 mm |
Capacidade do Depósito | 15 Litros |
Peso a cheio | 200 Kg |
CONSUMOS / EMISSÔES | |
Consumo Médio – anunciado | n.d |
Consumo Médio – testado | n.d |
Emissões CO2 | Euro 5 |
CORES 2024 / PVP | |
Variantes / Cores | Shark Grey; Fire Red; Quartz Balck (Bagger) |
PVP Base s/ despesas de mat. | 7.890€ / 8.690€ (Bagger) |
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