Desde o seu lançamento, precisamente há 10 anos, que a Speed Twin 900 da Triumph tem vindo a sofrer melhorias, responsáveis por colocar este modelo entre as preferências dos fãs da marca britânica que nele revêm uma interpretação mais jovem, descontraída e moderna das mais clássicas Bonneville, da qual, aliás, herda grande parte dos componentes, motor incluído. Mantendo a mesma potência que a anterior versão, consegue estar mais eficiente em todas as frentes.
POR Domingos Janeiro • F Triumph / https://www.triumphmotorcycles.pt/bikes/classic/bonneville-speed-twin-900/speed-twin-900-2025
O processo de evolução da gama Triumph não para e depois da Speed Twin 1200 ter sofrido algumas alterações, chega agora a hora de conhecer os novos argumentos da versão imediatamente abaixo da 1200, a 900 cc que apresentamos nestas páginas.
Para isso, fomos desafiados a rumar até à zona de Sotogrande, na Andaluzia, Espanha, para uma vez mais desfrutarmos das belíssimas estradas da Região de Ronda, ideais para colocar o modelo britânico à prova e para vermos se efetivamente as alterações que lhe foram impostas, realmente funcionam.
O que vos podemos dizer desde já, é que foi um dia muito bem passado! Apelidada pela própria marca como “Modern Classic” a Speed Twin 900 faz parte de uma família onde os clássicos valores se cruzam e fundem com as exigências mais modernas, para criar assim modelos que reflitam os tradicionais valores de marcas com tanta história como a Triumph e que consigam agradar aos motociclistas da nova geração, que dá preferência a outro tipo de equipamento e comportamento que antes não existia, como os “gadgets” tecnológicos, por exemplo, ou os mais avançados sistemas de segurança ou ainda de gestão eletrónica.
Além disso, sempre que falamos de Triumph Speed Twin 900 falamos sempre de outra característica bem distinta e que acaba sempre por nos agradar, por considerarmos que é justo… falo, claro está, do preço, que começa a partir dos 9995€, que, tendo em conta a oferta e toda a conjectura que vivemos, nos soa realmente a justo. Com esta atualização, a par da atualização da 1200 e da chegada ao mercado da versão equipada com motor de 400 cc, a marca britânica fica numa posição confortável, capaz de abranger um grande público alvo, incluíndo ao mais importantes, os jovens.
O nível seguinte Pode parecer estranho estarmos a falar em melhorias numa moto cuja cifra de potência do seu motor de dois cilindros permanece inalterada (nos 65 cv, para ser mais preciso), mas não o é porque a nova 900 cc ganhou novos argumentos que a tornam mais eficiente e ajustada à potência com que sempre nos dotou. Não é necessário ter mais potência, se depois não conseguimos tirar proveito disso, e isso, foi o que aconteceu.
Bem… acontecia, porque o que vimos agora foi uma moto onde tudo faz sentido e onde potência não nos falta! Basta olhar para a nova Speed Twin 900 para ver que a estética sofre alterações, desde logo no depósito de combustível ou nas tampas laterais. Mas depois, continuamos a olhar e vemos que a forquilha dianteira passa a ser invertida, da Marzocchi, com um setting mais firme, dois amortecedores da mesma marca colocados atrás, com reservatórios independentes e ajuste na pré-carga da mola, fixados ao novo braço oscilante de alumínio, mais rígido e leve.
O quadro traseiro é mais estreito, conseguindo uma traseira também mais estreita. Na frente, além da nova ótica, temos também um novo disco de 320 mm, novo depósito de combustível e um assento mais estreito, colocado a apenas 780 mm do solo. O peso a cheio de 216 kg, está bem distribuído pelo conjunto, não representando qualquer problema, até para os menos experientes, pois o facto de conseguirem apoiar ambos os pés no chão faz realmente a diferença na confiança e segurança.
A fechar o capítulo das novidades, temos ainda o motor agora a cumprir a norma Euro5+, silenciadores mais curtos, jantes mais leves e ainda uma nova IMU. Com estas alterações que a Triumph introduziu nesta versão de 2025, conseguiu tornar a 900 cc numa moto mais divertida, racional e acessível, onde os 65 cv que herda estão mais disponíveis em toda a faixa de utilização. É uma moto onde se sente o forte binário, acompanhado por uma sonoridade que nos impressiona pelo tão audível que soa nos dias que correm.
Todo o conjunto está muito mais apelativo e se for na cor branca, com risca laranja e azul, deixa-nos completamente rendidos (pelo menos a nós deixou, e foi a cor que mais apreciámos, entre as restantes opções que são a cinzenta e a preta).
Desde logo contamos com dois modos de condução, onde se ajusta de imediato a entrega de potência e a intervenção do controlo de tração e até o nível de intervenção do ABS em curva, falamos dos modos “Road” e “Rain”.
Com a introdução da nova IMU, ganhamos também novas funcionalidades ao nível do controlo de tração e do ABS, agora ambos com ajuste mais calibrado na passagem por curva e não fossem os pneus Michelin Road Classic a mostrarem-se um pouco escorregadios enquanto frios e nunca tínhamos sentido a intervenção destes sistemas. Em conjunto, jogam a nosso favor para nos permitirem um estilo de condução rápido, descomplicado, mas sempre com grande sensação de segurança e confiança.
Os acabamentos estão, sem dúvida, em grande plano. A qualidade geral do conjunto faz-se notar, com todos os elementos bem integrados e desenhados. Os comandos são-nos familiares, todos à mão, funcionando de forma intuitiva.
Não podemos esquecer a ergonomia, que nos recebe com grande conforto, sejamos nós de estatura mais pequena ou maior. Apenas o assento se fez notar um pouco firme, já ao final do dia, depois de muitos quilómetros realizados, e sem poupar a ciclística da Speed Twin 900, uma vez que houve momentos em que desfrutamos de ritmos já muito interessantes para este tipo de modelos, onde chegamos a ser brindados com uns subtis toques dos pousa-pés no solo…
Qualidade foi o que sentimos também no motor, o “Hi Torque” da Bonneville que nos brinda com todo o esplendor dos seus 65 cv às 7500 rpm, mas cujos 80 Nm de binário atingem o seu pico logo às 3800 rpm. Uma curva de potência muito linear e forte em toda a faixa de utilização, mostrando grande versatilidade numa utilização mais urbana, em estradas de montanha ou ainda nas viagens mais longas.
Não esquecer que a Triumph tem disponível uma versão limitada a 35 kW para carta A2! Mesmo numa condução mais desportiva e exigente, não sentimos vibrações no conjunto. Grande diferença sentimos ao nível do conjunto de suspensões, que está mais firme, principalmente na frente, e isso faz-se sentir, principalmente quando optamos por tomadas mais enérgicas, com o conjunto agora a conseguir acompanhar melhor esses ímpetos, sem nos brindar com um conjunto instável.
No entanto, conseguiu manter o tão desejado (e esperado) conforto com o qual sempre nos brindou. Por fim, falta-nos falar da travagem, onde o disco de maiores dimensões na frente também faz a diferença, quer na potência como no tacto, para melhor, é claro.
A Triumph Speed Twin 900 é uma moto onde o estilo conta muito e é por isso mesmo que a marca britânica tem disponível um enorme portefólio de acessórios para que os proprietários possam colocá-la ainda mais ao seu gosto pessoal, ou até mesmo conseguir uma combinação que a torne única. É uma questão de gosto pessoal e de “euros na carteira”.
De resto é desfrutar deste modelo que já conquistou o apreço de muitos fãs da marca inglesa. Disponível nos concessionários a partir deste mês de fevereiro, em três opções de cor, branco, cinzento ou preto.
Bicilíndrico em linha, 4T, refrigerado por líquido Árvore de cames à cabeça, quatro válvulas 900 cc 65 cv às 7.500 rpm 80 Nm às 3800 rpm Sim Multidisco em banho de óleo, deslizante Por corrente 5 velocidades Estrutura tubular em aço Forquilha invertida de 43 mm, curso 120 mm Dois amortecedores, ajustáveis na pré-carga Disco, 320 mm, pinça radial de 4 pistões, ABS Disco, 255 mm, pinça de pistão simples, ABS 100/90-18” 150/70-17” 2090 mm 777 mm 1435 mm 1115 mm 780 mm 12 litros 216 kg Branco, cinzento e preto 3 anos Triumph Motorcycles Ibéria 9995€
Motor | Bicilíndrico em linha, 4T, refrigerado por líquido | |
Distribuição | Árvore de cames à cabeça, quatro válvulas | |
Cilindrada | 900 cc | |
Potência Máxima | 65 cv às 7.500 rpm | |
Binário Máximo | 80 Nm às 3800 rpm | |
Versão Limitada A2 | Sim | |
Embraiagem Final | Multidisco em banho de óleo, deslizante | |
Caixa | Por corrente 5 velocidades | |
Quadro | Estrutura tubular em aço | |
Suspensão Dianteira | Forquilha invertida de 43 mm , curso 120 mm | |
Suspensão Traseira | Dois amortecedores, ajustáveis na pré-carga | |
Travão Dianteiro | Disco, 320 mm, pinça radial de 4 pistões, ABS | |
Travão Traseiro | Disco, 255 mm, pinça de pistão simples, ABS | |
Pneu Dianteiro | 100/90-18” | |
Pneu Traseiro | 150/70-17” | |
Comprimento Máximo | 2090 mm | |
Largura Máxima | 777 mm | |
Distância entre Eixos | 1435 mm | |
Altura Máxima | 1115 mm | |
Altura do Assento | 780 mm | |
Depósito | 12 litros | |
Peso (a cheio) | 216 kg | |
Cores | Branco, cinzento e preto | |
Garantia | 3 anos | |
Importador | Triumph Motorcycles Ibéria | |
PVP | 9995€ | |