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Ensaio – Yamaha XSR 900

By on 10 Agosto, 2016

A colecção Sport Heritage da Yamaha está já bem preenchida e inclui modelos notoriamente potentes. Ainda assim, nenhuma proposta da gama ‘Faster Son’ possui o equilíbrio e prestações da nova XSR 900

A Yamaha XSR 900 é o mais recente resultado do trabalho de Shun Miyazawa, o sorridente e bem disposto Project Manager da Yamaha Europe, que tem sido responsável pela transformação da linha de modelos neo clássicos. O seu trabalho tem sido extenso entre as Yamaha Yard Built, uma linhagem de motos moderna da marca japonesa transformadas por casas especializadas, como a Wrenchmonkees e Roland Sands. No seguimento deste trabalho, o seu foco “dentro de casa” passou por criar modelos de série simples, que tornam fácil e apetecível a customização.

Fuerteventura recebeu-nos para a apresentação da Yamaha XSR900, dois dias de aventura atrás de guiadores de motos plenas de alma. À chegada esperavam-nos uma muito interessantes SR400 de flat track, experiência que estabeleceu o espírito de descontração de toda a apresentação. A XSR 900 é a mais recente produção da linha “Faster Son”, que utiliza uma base técnica com tecnologia moderna e de prestações actuais, para criar um modelo de desenho mais clássico.

UMA BASE DE SUCESSO

Com base na MT-09, a XSR 900 tem um dos motores mais interessantes da atualidade para uma utilização em estrada, o tricilíndrico de 847 cc com inspiração na tecnologia crossplane utilizada pelas YZR-R1. Na prática este motor oferece uma resposta inebriante a qualquer solicitação do punho direito, com acelerações brutais mas que não se tornam assustadoras. É um motor com prestações reais, pensadas para uma utilização no mundo real. Nas versões iniciais esta unidade foi criticada pela excessiva sensibilidade do acelerador, mas na XSR 900 parece ter melhorado muito. Gostamos bastante de todos os modos do acelerador, bem adaptados à maioria do tipo de utilizações.

O modo standard encontra um bom equilíbrio entre a rapidez de resposta e a facilidade de controlo. Existe depois um A, com uma resposta mais imediata, certo para quando queremos tudo do, e o B, mais suavizado, perfeito para passeios descontraídos ou para situações de piso mais escorregadio. A XSR conta também com um sistema de controlo de tração com três níveis, que atua de forma muito eficaz.

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UMA REDE DE SEGURANÇA

O Nível 1 acabou por ser o modo em que mais utilizámos a XSR 900, uma definição que permite sentir a forma como o pneu traseiro se crava na estrada, garantindo alguma deriva e intervindo apenas e situações de claro abuso. Sentimos que temos uma rede de segurança a amparar-nos se “passarmos da conta”, mas não parece limitar demasiado os nossos mais elaborados intentos. A confiança que transmite, permite que sejamos mais rápidos e que tiremos maior divertimento de qualquer estrada de montanha.

Já o Nível 2 acaba por se fazer sentir em demasia e limita um pouco as prestações do motor, sendo talvez o perfeito para dias de chuva. Com o controlo de tração totalmente desligado temos uma resposta um pouco mais violenta do motor e, no abrasivo piso da estrada de Fuerteventura, a roda dianteira tem tendência a querer passar grande parte do tempo a apontar para céu. Divertido mas mais trabalhoso de explorar.

FRENTE BEM “PLANTADA”

O motor sofreu algumas alterações a nível da transmissão, com a embraiagem a receber um novo sistema que permite molas mais macias. Um “ressalto” no sistema de fixação dos discos ao prato, comprime os mesmos em aceleração e liberta-os levemente em desaceleração. Com menos esforço da manete a utilização é menos cansativa em especial num uso citadino e evita a retenção da roda nas desacelerações mais violentas.

Uma das grandes diferenças face à MT-09 prende-se com o tato da ciclística. Olhando para os dados da ficha técnica temos a ideia de são iguais, mas em utilização acabam por ser bastante ferentes. Pode ser das novas afinações das suspensões ou da própria posição de condução. A verdade é que na XSR 900 a frente parece mais direta, transmite mais informação e permite entrar em curva de forma mais incisiva e confiante.

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SIMPLICIDADE TENTADORA

A posição de condução é relativamente alta com o guiador bem colocado, resultando numa posição confortável sem ser excessivamente direita. Esta não é uma moto pensada para fazer grandes distâncias, mas tal é possível sem grandes sacrifícios, tirando a ausência de proteção aerodinâmica, que pede a contenção na velocidade.

A imagem da XSR 900 é desconcertantemente simples, mesmo a tentar-nos para criar uma moto de acordo com o nosso gosto. Tirando o elaborado e bonito depósito de combustível, com tampas em alumínio, todos os restantes elementos são perfeitamente descartáveis caso optemos por criar a nossa Faster Son. A quantidade de tubos hidráulicos e cabos em volta do guiador e farol dianteiro é outro dos aspeto que nos parece ter sido propositado, para que tenhamos vontade de aplicar um arranjo à nossa maneira. Entre este vários elementos gostamos do painel de instrumentos, moderno, fácil de ler e com muita informação. Só mudávamos a sua posição de montagem.

TRÊS OPÇÕES

Mesmo sem gastar muito dinheiro e com um trabalho simples, a XSR 900 tem muito por onde ser alterada. Entre as decorações existem três soluções: a mais vistosas 60th Anniversary em amarelo – com um custo extra de 350 euros -; Garage Metal em alumínio escovado; e Rock Slate, um azulado com lista prateada. A mais atraente em sem dúvida a de aniversário, a recordar as cores de Kenny Roberts e que Roland Sands utilizou recentemente na sua transformação feita com base na MT-09, a RSD Wasp. Se preferirmos uma versão mais discreta a Garage Metal acaba por ser uma opção que brilha sem ofuscar.

Com esta nova XSR 900 a Yamaha reforça a ideia que presidiu às “Faster Son”, é possível criar uma moto customizada com base numa moto moderna, com boas prestações, muito eficaz e com toda a eletrónica exigível – modos de acelerador, controlo de tração regulável, ABS, etc. Só falta decidirmos qual é a imagem que melhor assenta à nossa unidade.

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DIRTY JOB

Uma surpresa aguardava-nos à chegada da apresentação da XSR 900. Muito antes de andarmos como a nova Faster Sons, foi necessário provarmos a nossa perícia numa pista de flat-track com uma SR400. A ilha espanhola de Fuerteventura tem uma paisagem muito particular com as sua origens vulcânicas. Vegetação autóctone é uma raridade e a rocha vulcânica deposta na maioria da superfície da zona sul dá um ar lunar ao que nos rodeia. Juntou-se o vento e para mostrar que afinal existe atmosfera e fazer-nos regressar à terra, com o pó fino no ar a garantir uma aura muito especial a esta experiência. Instruções rápidas por parte de Marco Belli, da Di Traverso School, e… cá vai disto! Pé interior no chão, corpo inclinado para o lado ‘errado’ da curva – para fora – e lá tentámos fazer derrapar a roda traseira sem que a frente escapasse. Recordei as voltas que fiz com uma XT350 transformada pela Granadas Mecanotecnia que testei na edição #31 da revista REV. Faltou um piso mais constante para que a diversão fosse ao mesmo nível, mas voltei a confirmar que há motos muito simples capazes de garantir um grande nível de diversão. Basta o enquadramento certo, uma filosofia que vem ao encontro daquilo que a Yamaha e Shun Miyazawa procuram atingir com as Sport Heritage e em especial com estas Faster Sons. A escola de Flat Track de Marco Belli irá realizar algumas experiências Europa fora – Portugal ainda não está incluído -, estando toda a informação disponível em www.ditraversoschool.it.

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FICHA TÉCNICA

CILINDRADA 847CC

POTÊNCIA 115 CV

DEPÓSITO 14 L

PESO 195 KG

TIPO 3 CILINDROS, REFRIGERAÇÃO POR LÍQUIDO

DISTRIBUIÇÃO 12 VÁLVULAS

BINÁRIO 87,5 NM

EMBRAIAGEM MULTIDISCO EM ÓLEO, ANTI-RETENÇÃO

CAIXA SEIS VELOCIDADES

TRANSMISSÃO POR CORRENTE

QUADRO DIAMANTE EM ALUMÍNIO

SUSPENSÃO DIANTEIRA FORQUILHA INVERTIDA DE 41 MM, 137 MM CURSO

SUSPENSÃO TRASEIRA MONOAMORTECEDOR, 130 MM CURSO

TRAVÕES DOIS DISCOS DE 298 MM + DISCO DE 245 MM

RODAS 120/70-17” 180/55-17”

Cores disponíveis:

Rock Slate

Garage Metal

60th Anniversary

PREÇO BASE  9.595€

Mais informações: Aqui

Concessionários:  Aqui

Texto: Marcos Leal

1 Comentário
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José Luís
José Luís
7 anos atrás

Concordo com tudo o que está publicado, a moto é magnifica, e não foi por acaso que decidi adquirir um exemplar do aniversário a semana passada.