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27º Troféu Moto-Ralis Turístios BMW/Dunlop nas Serras de Aires e Candeeiros

By on 9 Outubro, 2024

O Moto Clube de Coimbra escolheu o belíssimo cenário natural das Serras de Aires e Candeeiros para, a 5 e 6 de outubro, levar 46 mototuristas de todo o país, em 31 motos, numa muito cultural sétima jornada do 27º Troféu de Moto-Ralis Turísticos BMW/Dunlop da FMP.

Com partida e chegada à Marinha Grande, cidade em franco desenvolvimento industrial, a equipa organizativa do Moto Clube de Coimbra – um grupo de amigos de bom trato – propôs para esta edição 2024 um moto-rali turístico bastante rolante, com 170 km no sábado e 60 km no domingo. Ótimo! E, ainda para mais, com o tema “Entre o Mar e a Serra”, rolámos dos areais de Vieira de Leiria, São Pedro de Moel e Nazaré às ditas serras calcárias onde nos deliciámos.

As diversificadas visitas que a organização conseguiu, históricas, artísticas, naturais, religiosas e industriais, agradaram a todos os gostos, e regressámos às garagens com um sentimento agradável de termos descoberto bastante mais de Portugal, enquanto se reforçavam os laços de amizade entre velhos e novos conhecidos.

O São Pedro não ajudou muito (estamos no outono e nevoeiros e chuvas podem acontecer, claro), mas foi em São Pedro de Moel que começaram as excelentes surpresas: ao visitarmos a casa de Afonso Lopes Vieira, escritor que, apesar de falecido com quase 68 anos em 1946, recebeu-nos em carne e osso na sua secretária onde tanto escreveu e trabalhou, enquanto a sua esposa cantava o Avé de Fátima na capela da propriedade.

Entre receios de que na caravana mototurística estivessem elementos afetos à PIDE-DGS, o escritor foi-nos oferecendo folhetos antirregime, ele que foi tão considerado por tanto defender a língua portuguesa. E ficámos a saber uma coisa notável: que foi o autor da letra da música mais cantada em Fátima – e talvez em Portugal –, ouvida pela primeira vez na inauguração desta capela, em 1929.

De alma cheia, continuámos para sul, entre nevoeiros, pelas praias da costa de Alcobaça até ao Sítio da Nazaré, onde os turistas tradicionais se misturam com os do surf, numa manhã sem ondas gigantes. O roadbook enrodilhou os mototuristas no quadriculado da Nazaré, com o M.C. Coimbra a armadilhar o percurso aos menos atentos. E daí se seguiu para Cela, terra produtora de boas maçãs e também da esposa de Humberto Delgado, pelo que não faltam aí monumentos ao “General Sem Medo”.

Apesar dos estômagos estarem atestados (o reforço do pequeno-almoço em Vieira de Leiria foi de arromba) entrámos finalmente no Parque Natural das Serras de Aires e Candeeiros para encher ainda mais o bandulho na hospitaleira sede do Clube Motard Montanelas, um clube de bons entusiastas. Quem mais se lembraria de construir o divertido baloiço pouco adiante, bem melhor que ‘xiripiti’ a seguir ao café. Uma Mobylette para nos baloiçarmos diante da vegetação mediterrânica! Fantástico!

Novamente com a alma repleta, descemos para outra curiosidade: o dólmen-capela de Alcobertas, enorme, na lateral de uma igreja que o ensombra e lhe retira o destaque merecido. Conhecíamos alguns no Alentejo e Beiras, mas nenhum por aqui.

Não satisfeito, o M.C. Coimbra ainda nos levou a descobrir outra curiosidade, os maiores silos medievais da Península Ibérica, enormes buracos escavados no barro, com formato de ânfora, e descobertos recentemente, por acaso. É proibido andar por ali a pé, de noite, sem lanterna…

Entre os típicos muros de pedra branca e o viçoso do verde mediterrânico, serpenteámos num sobe e desce por pedreiras embelezadas por grandes artistas e monumentos à doação de coutos por D. Afonso Henriques aos Monges de Cister, até nos determos noutra maravilha da Natureza: as Grutas de Santo António! Incríveis, possuem a maior ‘sala’ da Europa recheada de estalactites e estalagmites. Um deslumbre!

Mais um lanche e uma subida rápida ao castelo de Porto de Mós (um dos cinco ‘apalaçados’ de Portugal) que já se fazia noite. Sim, a etapa obrigou a cerca de 11 horas, já que tanta ‘comilonice’ atrasou o andamento, bem como a complicada interpretação de um roadbook de letra minúscula.

O jantar deitou para tarde e ainda foi meio ensonada que a caravana arrancou para a etapa dominical, sob chuva que não arruinou a paisagem porque esta pouco tinha para apreciar nas redondezas da Marinha Grande. Excelente foi ver transformar o junco em cestas que regressam à moda, na Coz Arte. E visitar a BA, fábrica de vidro que não para!

Labuta 24 horas por dia, 365 dias por ano. E como transforma areia em mais de 500.000 frascos e garrafas por dia, manda cá para fora mais de 180 milhões de unidades por ano! E nós fomos vendo como, entre a caloraça dos fornos e milhares de frascos incandescentes. Marcou! Obrigado pela abertura. Abertura que se estendeu ao Museu do Vidro, interessante, claro!

Foto de grupo e ala para o almoço final, como uma ninhada de pintainhos, tão amarelos estávamos! Com os autarcas a fazer as honras da casa, o Moto Clube de Coimbra agradeceu às muitas instituições e empresas, onde se destacou a MotoMaster que arruinou a nossa dieta e ainda ofereceu um blusão e capacete para sortear. A organização presenteou o clube mais representado – os Camarões da Latrina – e o último classificado, o Paulo Anjos.

E, claro, os mais regulares do evento. Em terceiro, o António Jesus, do M.C. Albufeira. Em segundo, a jogar em casa, o Rui Sousa e Cláudia Stur, do M.C. Marinha Grande. E finalmente, triunfando pela terceira vez este ano, Vítor Olivença e Ana Carina sagraram-se também virtualmente vencedores, pela 6ª vez consecutiva, de um Troféu de Moto-Ralis Turísticos Dunlop/BMW da FMP! Ena! Estão a fazer história!

Dando os parabéns aos mototuristas conimbricenses pelo desenho do fim de semana, arrancaremos agora para Mondim de Basto. Aí, a 2 de novembro, começa o último MRT deste 27º Troféu, rumo a Amarante, na habitual organização dos Conquistadores de Guimarães que, uma vez mais, esgotaram as inscrições com dormida. Ainda há sem dormida.

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