Ao contrário de Portugal, as vendas de motos vêm crescendo exponencialmente e já ultrapassaram as dos automóveis
Quando se fala sobre o mercado automotivo, o foco central é sempre a venda de automóveis… que no caso de Portugal, excede em números as de motos quase seis vezes.
Já no Brasil, é o oposto, e a coisa virou nos últimos anos, com a preferência do brasileiro médio a mudar e as vendas de motos a bater as de carros.

As razões, na sua maioria, são óbvias: O clima tropical torna andar de moto todo o ano uma possibilidade bem mais real do que deste lado do Atlântico, sem sequer exigir equipamento protetor complicado ou dispendioso.
Por outro lado, há uma classe média baixa de vários milhões de habitantes, trabalhadores manuais assalariados, especialmente nas grandes urbes como São Paulo ou o Rio de Janeiro, que dificilmente atingiram o financiamento para adquirir um carro, mas conseguem comprar uma moto sem grande problema.

Finalmente, a indústria brasileira, especialmente de pequenas motos na gama 125-200cc, é gigantesca, com mais de 1.800.000 motos vendidas em 2024, e projeções para exceder os dois milhões este ano. Até as importadas são um mercado cada vez maior, neste caso, graças a uma classe média alta abastada.
Esta projeção representa um crescimento de mais de 12%, enquanto para o mercado de quatro rodas, o crescimento previsto é uns comparativamente modestos 4%, provavelmente a errar por excesso.
Este crescimento também não é um dado pontual, pelo contrário, vem sendo parte duma realidade sustentada, já que 2025 será o quinto ano consecutivo de crescimento nas vendas.