Distantes dos holofotes e da atenção dos media generalistas, trabalho e dedicação são as palavras certas para os descrever, sendo na sua maior parte ex-pilotos à beira da reforma mas muito experientes. Falamos dos ‘pilotos-substitutos’, que no caso específico do Grande Prémio das Américas foram três: Stefan Bradl (Honda), Michele Pirro (Ducati) e Jonas Folger (GasGas Tech3).
Michele Pirro / Lenovo Ducati Team #51 / 11º
Michele Pirro (36 anos), substituto na Ducati de Enea Bastianini em Austin, conseguiu não se deixar abater pelas armadilhas da pista texana e fechou a prova em décimo primeiro, a poucos segundos dos dez primeiros.
“Terminar esta corrida foi muito importante para a equipa e para mim, então tentei ser cauteloso e não correr muitos riscos. Em comparação com a corrida sprint, tive mais problemas nas primeiras voltas: fizemos uma mudança para a moto que não tivemos tempo de experimentar no warm-up e que, no final, não me permitiu ficar agarrado aos dez primeiros da corrida. De qualquer forma correu bem. Terminamos em 11º e também consegui alguns pontos.”
“Sinto muito pelo Pecco, mas tenho a certeza que ele vai compensar isso em breve no próximo Grande Prémio. Obrigado a toda a equipe pelo ótimo trabalho nestes dias.” Disse o experiente piloto do Mundial de Superbike.
Stefan Bradl (Repsol Honda #6), DNF
Stefan Bradl (33 anos) que ocupou o lugar de Marc Marquez em Austin na Repsol Honda, conseguiu chegar à frente da batalha de forma relevante no início da corrida, passando as voltas seguintes junto a Augusto Fernandez e com potencial para os dez primeiros. A apenas duas voltas do fim, Bradl foi o último de dez quedas na corrida de 20 voltas. O alemão saiu ileso, mas desapontado com o resultado final.
“Hoje tínhamos muito potencial, o top ten estava logo ali. Claro que estou desapontado por não conseguir este resultado porque algo assim dá-te um grande impulso – especialmente quando és um piloto como eu que participa apenas em algumas corridas. Foi uma queda estranha e sem muito aviso, mas claramente as condições da pista eram difíceis com muitas quedas. Eu estava a andar bem e senti-me muito bem na moto, então isso é muito positivo.”
Disse Stefan, filho do lendário piloto alemão Helmut Bradl que foi um dos melhores de sempre da antiga categoria de dois tempos GP250.
Jonas Folger (GasGas Factory Racing Tech3), 12º
Jonas Folger (29 anos) que está a substituir Pol Espargaró, um vitorioso ex-piloto de Moto3 e Moto2 que parou com a sua carreira no MotoGP com a Monster Yamaha Tech3 em 2017 devido a doença (sindroma de Gilbert), regressou praticamente a casa na GasGas Tech3.
O piloto alemão completou a sua missão maravilhosamente bem no domingo. Partiu da 22ª posição, com o objetivo de ficar o mais próximo possível do grupo e sentindo-se mais confiante na GASGAS RC16, rodou dois segundos mais rápido no domingo e consistente veio a terminar a corrida em décimo segundo, somando quatro pontos no seu regresso à categoria.
“Esperava uma corrida difícil e foi difícil, mas hoje senti-me muito mais confortável na moto. Ontem à noite falámos muito com a minha equipa e trabalhámos juntos para melhorar a minha ergonomia, bem como tentar escolher áreas importantes onde poderia melhorar a minha pilotagem. Resolvemos algumas coisas e eu entendi mais a moto, então estou feliz com isso. Fomos mais rápidos mas também mais consistentes, então isso é muito positivo para mim. Estou muito grato à minha equipa – eles têm sido muito atenciosos comigo, com os meus comentários, e trabalhamos bem juntos, sem pressão. Eles entendem que a situação não é fácil para mim, valorizam o meu trabalho e fico feliz por estar junto dessas boas pessoas.”
A caravana do MotoGP volta à ação em Jerez de la Frontera, de 28 a 30 de abril, para o GP da Espanha, quarta ronda da temporada. Jonas Folger é, pelo menos para já, o único piloto que se sabe voltará ao papel ‘ingrato’ de piloto-subsituto.
