Vai comprar uma moto usada ? Então siga os nossos conselhos

By Pedro Rocha dos Santos on 12 Fevereiro, 2023

Nos últimos anos, o mercado de motos usadas tem vindo a crescer e tudo aponta para que assim continue. A atual incerteza económica e o aumento dos custos de vida assim como a maior densidade de tráfico citadino, continuam a aumentar as intenções de compra da moto como opção de mobilidade mais prática no dia a dia e menos onerosa em termos de consumos e manutenção face ao automóvel. Se optar pela compra de uma moto usada deve no entanto ser prudente, fazendo-o de preferência num concessionário que lhe assegure a garantia de uma boa compra.

Caso pretenda comprar uma moto em segunda mão, deve ter certeza de que a operação é o mais segura possível para não ter nenhuma surpresa desagradável. Como primeira sugestão aconselhamos a dirigir-se um concessionário ou a uma loja de motos multimarca. Nesses locais, poderá ter que fazer um desembolso um pouco maior, mas será compensado ao comprar uma moto completamente revista e com a garantia legal que é exigida pelo mercado. É uma maneira de garantir que tem uma resposta imediata a qualquer problema.

A IMPORTÂNCIA DA GARANTIA NA COMPRA DE MOTO USADA

Em caso de compra de uma moto usada num concessionário ou stand, assumimos que serão respeitadas as leis em vigor para o comércio especializado de motociclos, nomeadamente em termos de revisões e garantias. Apesar de não ser obrigatório, recomenda-se que os motociclos sejam todos revistos antes da venda pois podem ter estado parados durante alguns meses e necessitar de componentes novos.

Já no quem diz respeito à garantia, todos os concessionários são obrigados a cumprir a garantia oficial da marca, no caso das motos novas ou, no caso das usadas, de 1 ano por mútuo acordo. No caso de compra a um particular, estará por sua conta e risco. O vendedor particular não tem de assegurar a reparação do que quer que seja. Contudo, se a moto ainda estiver no prazo da garantia legal, esta transmite-se ao novo proprietário e dura até perfazer os anos inicialmente previstos a contar da data da primeira compra.

ASPECTOS A TER EM CONTA

O estado da moto deve ser sempre acautelado. Tem as revisões em dia? Os quilómetros apresentados no odómetro são reais? A moto teve apenas um dono ou vários? Todas estas perguntas devem ser feitas e, caso seja necessário, o historial da moto poderá ser pedido nos concessionários onde a moto sofreu qualquer tipo de intervenção, assim como o livro de revisões.

Quaisquer defeitos na moto devem ser evidenciados ao vendedor. Por exemplo, riscos no escape, nas manetes ou poisa-pés podem indicar uma queda. Apesar de poderem não ter qualquer influência no ótimo funcionamento das motos, lembre-se ainda que quaisquer defeitos podem servir para negociar um melhor preço.

Não se esqueça que a sua futura moto pode certamente vir a necessitar de manutenção por isso é importante saber qual é o concessionário ou oficina que no passado assistiu a moto e se, dada a marca, existe um outro mais perto do seu local de residência que o possa fazer no futuro. Normalmente marcas como a Honda, a Yamaha e outras, têm uma rede de concessionários extensa que cobre todo o país. Em outras marcas menos populares pode não ser o caso.

Certificado de Matrícula – Livrete ou Documento Único

Exija a assinatura de um contrato de venda. Se você decidir comprar a moto a um indivíduo particular, o mais importante é que ambas as partes assinem um contrato de venda privado. Os formulários podem ser encontrados online. Este contrato obrigará o vendedor a responder em caso de qualquer reclamação e será a única prova de que a moto lhe pertence até obter os papéis finais. Não se esqueça de apontar a data e a hora da compra, dados-chave em caso de qualquer incidente.

Uma última exigência é pedir a segunda chave da moto, o livro de instruções original e o kit de ferramentas que normalmente acompanha a moto. Estes 3 elementos são valorizadores da moto e demonstrativos de que o dono ou donos anteriores foram pessoas meticulosas e preocupadas com os pequenos detalhes no tratamento da sua moto.

AS APARÊNCIAS PODEM ILUDIR… CHECK LIST OBRIGATÓRIO

Embora o bom aspeto da moto seja um fator importante, não deve ser o que determina a sua compra. O mais importante é o bom estado da mecânica e o bom funcionamento da moto. Para verificar se está tudo em ordem, deve rever os seguintes pontos:

Verifique a documentação e confirme que o numero do quadro e do motor conferem com aqueles que figuram no documento da moto.
Confirme quando a última revisão foi realizada e peça a facturas ( s) da mesma (s)
Verifique os quilómetros indicados pelo odómetro, embora esses dados possam ser manipulados, ajudará a avaliar a condição geral da moto.
Analise mossas e risco em partes delicadas da moto, como o quadro, braço oscilante, suspensões, carenagem (se houver) e todos os acessórios como retrovisores, pousa-pés, manetes, etc.
Verifique a parte de baixo da moto, pancadas na parte inferior do chassi ou nos escapes podem não estar visíveis no imediato.
Se a moto tiver autocolantes não originais passe os dedos por cima dos mesmos pois podem esconder mossas ou danos na pintura.
Verifique o desgaste do kit de transmissão, pinhão, coroa e corrente. A corrente não deve ter excessiva oscilação lateral
Constate o desgaste dos discos de travão ( espessura ) e pastilhas.
Verifique o estado dos pneus e se possível a sua viscosidade e data de fabrico.
Arranque o motor, com a moto a frio e desconfie se a mesma já estiver quente quando chegar ao local. Peça antecipadamente que a mesma esteja fria. Identifique qualquer ruído estranho.
Procure por possíveis fugas de óleo ou outros líquidos.
Verifique o bom funcionamento das suspensões e procure eventuais sinais de fuga de óleo nas bainhas da suspensão ( retentores).
Veja possíveis folgas ou empenos no guiador.
Verifique as condições dos rolamentos da direção e do braço oscilante.
Verifique todas as luzes da moto e o bom funcionamento dos intermitentes
Verifique a informação no painel da moto e confirme que a informação roda com o acionamento dos comutadores nos punhos.
Finalmente peça para testar a moto, normalmente sugerindo deixar as chaves da sua viatura ou alguém que o acompanhou como garantia para quem está a vender. Desconfie se o mesmo não o autorizar.
Durante o percurso tente identificar comportamentos estranhos, na travagem, na aceleração, na direção e na estabilidade geral da moto. Um bom teste poderá ser numa descida tirar por um breve momento as mãos do guiador e verificar se a moto mantém estabilidade na sua direção ou sofre algum desvio.