O segundo dia de contacto com as novas Tiger 900 2024 foi inteiramente dedicado a rodar em asfalto em percursos de montanha criteriosamente escolhidos pela organização do evento. Depois de termos rodado no primeiro dia fora de estrada com a versão Rally Pro ( ver aqui o artigo ) neste segundo dia tínhamos a aguardar-nos as duas versões, GT Pro e Rally Pro ambas montadas com pneus mistos mas essencialmente 20/80 ( offroad / onroad ).

O objectivo era o de percebermos o comportamento de ambas quando rodamos em asfalto e compararmos o desempenho das duas versões. No fundo a Tiger GT Pro está mais preparada para rodar em asfalto, pois monta roda de 19” na dianteira e suspensões Marzocchi invertidas de menor curso do que as suspensões Showa da versão Rally Pro ( 240 mm versus 180 mm ), ambas totalmente ajustáveis sendo a suspensão traseira da versão GT Pro do tipo electrónica e adaptativa.

Do ponto de vista da restante ciclística e motorização tudo é bastante semelhante, motor tricilíndrico de 108 CV às 9500 rpm, responsivo desde os baixos regimes e elástico em altas, como já havíamos podido comprovar no dia anterior.

Ao longo dos cerca de 220 Kms de estradas sinuosas de bom piso em que circulámos durante todo o dia fomos alternando entre uma versão e outra, realidade que nos permitiu aferir melhor o âmbito de utilização de cada um dos modelos e as diferentes prestações dos mesmos.

Logo de início algo que de imediato notamos é a diferença de altura do assento ao chão , com a GT Pro a ter 40 mm de diferença de altura para a Rally Pro, 820/840 mm versus 860/880 mm, realidade que confere em manobras a baixa velocidade e parados maior conforto à à primeira, já que assentamos perfeitamente os pés no chão.

Logicamente que a diferença de altura do assento confere uma distribuição distinta de massas e um centro de gravidade mais baixo para a versão GT Pro o que faz com que a mesma seja mais estável e precisa nas suas trajetórias em curva, sendo porém a versão Rally Pro mais ágil e fácil de colocar em curva, quer pela maior dimensão do seu pneu dianteiro de 21” quer pela maior altura a que o nosso peso se encontra, tornando-se mais fácil balancear o mesmo. ( Aqueles que já montaram numa moto de competição de velocidade sabem que muitos pilotos preferem uma maior altura do assento pois torna as motos mais manobráveis ).

Foi precisamente isso que sentimos comparativamente entre as duas motos, para ir rápido em percursos sinuosos e a velocidades mais contidas, a Rally Pro era mais divertida e ágil, já em estrada mais aberta e em curvas mais rápidas a versão GT Pro mostrava maior aprumo e estabilidade em curva.

E claro que as suspensões marcam também a diferença entre os dois modelos ao nível do conforto e leitura da estrada. As suspensões Marzocchi da Rally Pro mostram-se mais firmes e com um desempenho mais adequado para rodar rápido, enquanto que as suspensões Showa da versão Rally Pro com os seus 240 mm de curso na dianteira e 230 mm na traseira se mostram mais confortáveis e complacentes a gerir o asfalto, sobretudo em estradas de piso degradado.

Em termos de equipamento os dois modelos assemelham-se, considerando que a versão GT testada é a versão Pro mais equipada. Ambas vêm equipadas com Crusuise Control, descanso central, aquecimento de punhos e de assentos, ficha USB de carregamento e outra extra de 12V no compartimento debaixo do assento e proteções de mãos. No caso da versão Rally inclui proteção de carter em alumínio e barras de proteção do motor.

Quanto a judas à condução ambas contam com 5 Modos de condução, Rain, Road, Sport, OffRoad e Rider ( personalizável sendo que a versão Rally Pro conta ainda com o modo OffRoad Pro que desliga totalmente o Controle de Tração e o ABS. Ambas contam Cornering ABS e Cornering Traction Control e um sistema de Quickshift que funciona na perfeição, fazendo-nos quase esquecer que a moto tem embraiagem.

Em termos de equipamento e segurança as duas versões incluem agora o novo painel de instrumentos TFT a cores de 7”, idêntico ao da Tiger 1200, com possibilidade de conectividade através da App My Triumph Connectivity System. Ambas têm função de controle de pressão dos pneus e comandos retor iluminados. O assento está mais confortável graças a uma maior densidade da sua espuma e o guiador acusa menos vibrações graças a sinoblocos montados na suas fixações.

A Triumph dotou as suas novas Tiger 900 de funcionalidades que aumentam a sua segurança, como os intermitentes posteriores que acendem simultaneamente em travagens mais bruscas e repentinas e também os intermitentes anteriores que se mantêm acesos quando circulamos para aumentar a nossa visibilidade e presença. Ambas incluem faróis auxiliares de LEDs.

Do ponto de vista estético os dois modelos evoluíram ligeiramente face aos anteriores, montam uma frente distinta no seu bico e painéis laterais que aumentam a extração do ar quente proveniente do motor e do radiador. A decoração dos dois modelos testado confundia-se e por vezes tínhamos alguma dificuldade de saber quem rodava em qual, pois mantinham-se quase sempre ritmos altos e trocámos várias vezes de moto.

No final concluímos facilmente o objectivo desta dualidade na preparação das duas versões. Logicamente que a versão GT Pro está mais preparada para uma utilização essencialmente em estrada embora a sua roda 19” dianteira permita uma ou outra incursão em percursos fora de estrada, limitados pelo menor curso das suas suspensões e certamente pelo tipo de pneus que monta. Já a Rally Pro tem igualmente um desempenho de excelência no asfalto, beneficiando das suas suspensões de maior curso em pisos mais degradados e eventualmente proporcionando maior conforto em viagens mais longas. Já no fora de estrada as diferenças são evidentes e esta nova Tiger 900 Rally Pro mostrou ser uma verdadeira aventureira para enfrentar qualquer desafio.

Por isso a opção de uma ou outra terá a ver com o objectivo da sua utilização e com a maior ou menor experiência do condutor em OffRoad. Os dois modelos beneficiam de uma evolução surpreendente do seu motor, mais responsivo e elástico, com uma resposta pronta desde os baixos regimes, com uma caixa precisa com um dos melhores sistemas de Quickshift do mercado e uma embraiagem deslizante que confere um funcionamento extramamente redondo do tricilíndrico Triumph de 888 cc. O funcionamento do motor beneficia de novos pistons e novas cames de admissão e escape e o sistema de cambota T-Plane confere um comportamento quase de motor de dois cilindros nos baixos e médios regimes, tendo sido aprimorado o seu funcionamento e eliminadas vibrações primárias que a versão anterior acusava.

As novas Triumph Tiger 900 GT Pro e Rally Pro apesar de aparentemente e no papel não projectarem uma evolução clara o certo é que o conjunto de ajustes realizados pelos engenheiros da marca na versão anterior a transformaram numa moto totalmente diferente.

Difícil será decidir por qual das duas versões optarmos… ou talvez não.

A Triumph Tiger 900 GT Pro está disponível em três opções cromáticas,  branca, vermelha e grafite, com um PVP a partir do 16,295 eur.

A Triumph Tiger 900 Rally Pro está igualmente disponível em três opções cromáticas, Carbon Black, Khaki Green e Intense Orange/ Ash Grey com um PVP a partir de 17.295 eur.

Gostámos

• – Resposta do motor
• – Ausência de vibrações
• – Funcionamento do Quickshift
• – Adaptação imediata
• – Electrónica aprimorada

A Melhorar

• – Suspensão dianteira firme na versão GT Pro

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