Contacto Yamaha MT-07 2021 – A evolução de um best-seller

By on 19 Janeiro, 2021

A importância da Yamaha MT-07 dentro da gama Hyper Naked, é revelada nos seus números de vendas. O seu carácter entusiasta, a sua facilidade de utilização e a sua mais valia económica, sempre fizeram dela o alvo a abater. Para 2021, o mercado trouxe concorrentes de peso. A Yamaha MT-07 renovou o seu CP2 para o Euro5, aprimorou a estética e deixou intocada a brilhante ciclística. O Dark Side of Japan continua bem vivo…

Texto de Pedro Alpiarça

Há uma frase muito utilizada em situações lamechas que diz para nunca voltarmos ao sítio onde fomos felizes. Nunca percebi o porquê, até porque se a desilusão perante uma memória seja um risco, as imagens e as sensações não se perdem, ficam gravadas numa gaveta emocional bem inacessível dentro de nós, uma espécie de arquivo de coisas boas que não se pode deitar fora.

Ao rolar os primeiros metros com o novo modelo da Yamaha MT-07 de 2021, a sensação de familiaridade é instantânea, imediatamente me lembrei da quantidade estapafúrdia de sorrisos provocados por esta máquina na primeira vez que que a experimentei.

O seu chassis compacto, a agilidade e acutilância da sua condução, o fantástico motor, e a franqueza com que tudo nos é entregue, ficaram gravados para sempre.

Neste dia frio a caminho das montanhas ao redor de Valência, todas essas sensações voltaram, prova de que a marca de Iwata não deixou os créditos por mãos alheias ao renovar um dos seus best-sellers.

O CP2 agora preparado para o Euro 5, mantém a sua gentil entrega motriz a baixas rotações, sem sobressaltos ou engasgos. A linearidade e ligação directa ao acelerador mecânico mantém-se, e em boa verdade, sem grande necessidade de ajudas electrónicas ou diferentes mapas, tal não é a facilidade na sua actuação. Enquanto a potência se manteve praticamente inalterada, o binário sobe agora aos 67Nm, às 6500rpm.

 Ao longo do dia, à medida que lhe fomos pedindo mais, nunca existiu um ponto onde não percebêssemos o que se passava no eixo traseiro em consequência da acção do punho, a Yamaha foi de facto eximia no ajuste da nova injecção e na parametrização da nova centralina.

Tivémos condições exigentes, com estradas húmidas, sujas com resquícios de neve, mas reviradas e entusiasmantes o suficiente para não deixarmos a diversão de lado. Claro que a escolha dos pneus ajudou em muito na magnifica arte de ter fé na borracha, os Michelin Road 5 são do melhor composto que se pode ter nestes dias, altamente informativos, um grip fenomenal a baixas temperaturas e muito progressivos no limite da aderência.

Gostaríamos de ter uma nota de escape mais apropriada ao nosso heroísmo? Claro que sim. Mas devemos dar graças ao facto do Euro 5 ainda nos deixar poder queimar restos de Dinossauros, o futuro está aí, e não é bonito para todos os que amamos motores de combustão interna. Todo o trabalho da Yamaha em manter as características tão peculiares do CP2, a nível de admissão e de linha de escape, roçam uma aparição de Fátima, a entrega e a alma está bem presente, se bem que num pacote um pouco mais civilizado.

Enquanto o asfalto aquecia, os avisadores dos poisa pés ouviam-se e a roda da frente teimava em levantar, a agilidade e o compromisso entre atitude e recompensa na MT07 é brilhante, quanto mais lhe pedimos mais ela nos satisfaz, sem grandes dramas.  A travagem foi melhorada com o aumento dos discos dianteiros recortados, contando agora com 298mm.  A potência revelou-se sempre constante e em doses generosas, se bem que gostaríamos um pouco de mordacidade no ataque inicial. Nada de preocupante, basta uma serra feita com empenho e devoção para ganharmos o feeling de inserção em curva. A suspensão (renovada em 2018) não sofreu alterações e continua a assumir um excelente compromisso entre desportividade e conforto citadino. O ligeiro acerto na compressão para compensar o aumento de poder de travagem, só veio aprimorar a definição da linha quando entramos em curva pendurados no eixo da frente, sempre cristalino na sua leitura e muito estável em apoio.

 

A Yamaha MT07 continuará a ser um optima escola para aqueles que querem evoluir na arte de dominar uma moto numa estrada sinuosa, assim como um brinquedo fantástico para aqueles que foram subindo na escala de potência com outras máquinas, e se esqueceram do quão divertido é pilotar algo que usa a sua simplicidade mecânica para nos surpreender. Não é à toa que é um fenómeno de vendas.

Chegados à urbe, perdemo-nos na intensidade do caos do trânsito, e a sua facilidade de utilização prevalece. O novo guiador, agora ligeiramente mais largo e mais alto, coloca-nos numa posição confortável e em cima do acontecimento. Com o novo LCD temos a informação bem detalhada e legível, num painel moderno e informativo.

Quando nos afastamos encaramos os nossos medos, será que o Dark Side of Japan continua vincado na sua presença? A resposta é inequívoca. As linhas estilizadas do depósito, que agora incluem as entradas de ar e cheias de perfis aerodinâmicos, enquadram-se perfeitamente com a nova iluminação LED. O farol bidirecional e as presenças em forma de Y, fazem jus à contracultura japonesa que deu origem ao conceito.

Acutilante, estilizada e perfeitamente enquadrada no espírito irreverente da máquina, a nova frente começou a fazer-nos mais sentido na medida em que a evolução da MT07 passa por estar um passo à frente da concorrência. Na sua atitude irreverente mas tão familiar encontramos um estilo muito próprio, daqueles que nos fazem voltar a lugares felizes.

A Yamaha MT-07 está pronta para enfrentar a concorrência, confiante nas suas aptidões e segura do seu novo estilo.

 

O que mudou para 2021:

  • Design da próxima geração
  • Iluminação full LED
  • Motor de 690cc 2-cilindros EU5 CP2
  • Duplo travão de disco dianteiro de grande diâmetro com 298mm
  • Guiador mais largo de espessura variável
  • Novo painel de instrumentos LCD
  • Piscas LED
  • Pneus Michelin PR5
  • Novas cores, gráficos e acabamentos

 

Ficha Técnica:

   
Motor Bicilíndrico Paralelo, refrigeração líquida,
4 tempos, DOHC 8 válvulas
Potência 73,4 cv às 8.750 rpm
Binário Máximo 67 Nm/6.500rpm
Diâmetro x Curso 80 x 68,6 mm
Ignição /Alimentação TCI/ Injeção eletrónica
Emissões CO2 98 g/km de CO2
Cilindrada 689 cc
Embraiagem Multidisco em banho de óleo
Ciclística Diamante em aço tubular
Dimensões 2.085 x 780 x 1105 mm
Suspensão Frente Forquilha telescópica, 130mm
Suspensão Traseira Monoamortecedor em Braço oscilante, 130mm
Angulo direção/ Trail 24.50 graus /90 mm
Pneus, Frente – Trás 120/70 R17 – 180/55 R17 tubeless
Travão dianteiro Discos 298mm c ABS
Travão traseiro Disco 245mm c ABS
Altura do assento 805 mm
Distância entre eixos 1400 mm
Distância livre ao solo 140 mm
Transmissão final Corrente
Peso (ordem de marcha) 184 Kg
Depósito de combustível 14 litros
Preço A definir (Março)

 

Cores Disponíveis: 

Storm Fluo; Tech Black; Icon Blue

 

Sport Pack:

 

Urban Pack:

 

Concorrentes:

  • Triumph Trident (7.995€ ; 189 kg ; 82 cv)

 

  • Honda CB 650 R  ( 8.050 € ; 202 kg ; 95 cv ) 

 

  • Kawasaki Z650  ( 7.390 € ; 187 Kg ; 68 cv )

Galeria de imagens:

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