Honda anuncia estratégia para a Neutralidade Carbónica: Primeiras 125 elétricas em 2024
A Honda tem em projecto lançar mais de 10 novos modelos elétricos de diferentes classes de potência até 2025. Ao mesmo tempo, o combustível E100 está na agenda.
A Honda pretende operar todos os veículos motorizados de duas rodas de maneira neutra em relação ao clima até 2040. Na primeira etapa, isso inclui mais de 10 novas motos elétricas em todas as classes de desempenho até 2025, das quais 3,5 milhões de unidades serão vendidas anualmente até 2030. Ao mesmo tempo, os modelos Honda na América do Sul e na Índia irão se converter para o FlexFuel com combustível E100, para operação neutra em termos de clima de motores de combustão.
Tudo isto foi hoje revelado numa conferência de imprensa sobre as suas iniciativas para o negócio de motos, apresentada por Kohei Takeuchi (Director, Vice-Presidente Executivo) e por Yoshishige Nomura (Managing Officer), iniciativa da qual resumimos aqui os pontos essenciais.
Para acomodar uma variedade de utilizações e necessidades de clientes em todo o mundo, a Honda oferece uma ampla gama de modelos de motos, desde modelos pequenos utilitários até modelos de grande porte e maior diversão, usados globalmente, tanto em países emergentes como nos países mais avançados. Em especial, nas nações emergentes há uma grande procura de motos, principalmente modelos utilitários que são fundamentais na vida diária das pessoas; no entanto, a popularização dos modelos elétricos enfrenta desafios como maior peso do veículo e preços mais altos. Adicionalmente a procura por modelos elétricos depende também em grande parte de incentivos e de legislação governamental, bem como da disponibilidade de infraestruturas de carga em cada mercado.
Considerando todas estas circunstâncias, a Honda acelerará a eletrificação dos modelos como foco principal das estratégias ambientais para o negócio de motos, enquanto continuará a desenvolver motores de combustão interna ICE, com o objetivo de alcançar a neutralidade de carbono para todos os seus modelos de motos durante a década de 2040. Para além disso, a Honda continuará a liderar a indústria na vanguarda das suas iniciativas ambientais.
Evolução dos motores de combustão interna (ICE)
Para alcançar a neutralidade carbónica e ao mesmo tempo acomodar a vasta gama de necessidades dos clientes e ambientes de utilização exclusivos das motos, a Honda continuará as suas iniciativas para reduzir as emissões de CO2 dos modelos com motor ICE, enquanto desenvolve modelos compatíveis com combustíveis neutros em carbono, por exemplo, misturas de gasolina e etanol. Para sermos mais específicos, e para além do Brasil, onde já estão disponíveis motos flex-fuel (E100), a Honda planeia introduzir modelos flex-fuel também na Índia, um dos principais mercados de motos. O plano é introduzir primeiro, a partir de 2023, modelos flex-fuel (E20) e depois, em 2025, introduzir modelos flex-fuel (E100).
Iniciativas para a eletrificação
Antecipando a expansão do mercado, a Honda vai apresentar motos elétricas que satisfazem uma vasta gama de necessidades dos clientes. Combinando modelos utilitários com modelos de lazer, tendo nos seus planos apresentar mais de dez novos modelos de motos elétricas até 2025, com o objetivo de atingir vendas anuais, deste tipo de motos, na ordem de 1 milhão de unidades nos próximos cinco anos e de 3,5 milhões de unidades (aproximadamente 15% das vendas totais) a partir de 2030.
Planos de lançamento dos produtos:
- Gama Commuter EV’s
Para uma utilização pessoal, a Honda planeia lançar dois modelos commuter EV entre 2024 e 2025 na Ásia, na Europa e no Japão. À luz da evolução futura do mercado e dos avanços tecnológicos, a Honda explorará também uma gama de futuros modelos de uso pessoal, incluindo aqueles equipados com uma fonte de energia além de baterias substituíveis.
- Gama Commuter Ems 4/ Ebs 5
Atualmente, os veículos EMs e EBs são responsáveis por mais de 90% das vendas globais de motos elétricas em todo o setor (aproximadamente 50 milhões de unidades). Na China, o maior mercado de motos elétricas do mundo, os EMs/EBs são amplamente adotados como uma forma conveniente de mobilidade diária e a Honda disponibiliza esses produtos aproveitando a sua infraestrutura de fornecedores locais e operações de desenvolvimento/fabrico. Com a expetativa de que a procura por EM/EB se expanda a nível global, a Honda planeia lançar um total de cinco modelos EM e EB compactos e acessíveis desde já e até 2024 na Ásia, na Europa e no Japão, para além da China.
- Gama FUN – EVs
Para além dos Commuter EVs, a Honda tem vindo a desenvolver ativamente modelos elétricos da categoria “FUN”. Com base na sua plataforma FUN EV atualmente em desenvolvimento, a Honda planeia lançar um total de três modelos FUN EV de grande porte no Japão, nos EUA e na Europa entre 2024 e 2025. A Honda também vai introduzir um modelo Kids Fun EV, desenvolvido para transmitir o prazer de conduzir à próxima geração.
Melhoria de infraestruturas de carga e uniformização das baterias
Com base nos seus conhecimentos competitivos “Monozukuri” (a arte de fazer coisas), acumulado através do desenvolvimento e aplicação de plataformas para modelos com motores de combustão interna ICE, a Honda desenvolverá e aplicará plataformas de motos elétricas que combinam os três componentes principais dos veículos elétricos: a bateria, a unidade PCU e o motor – com a estrutura da moto. Ao satisfazer as necessidades dos clientes, com base num conceito Monozukuri de elevada eficiência, a Honda continuará a oferecer a alegria da mobilidade com motos elétricas de preço acessível.
Em relação à bateria, um componente central dos veículos elétricos, a Honda pretende equipar as suas motos elétricas com uma bateria integralmente em estado sólido, em desenvolvimento atualmente pela marca, fazendo uma utilização ativa dos seus próprios recursos.
A melhoria das infraestruturas de carga e a uniformização das especificações das baterias são vitais para a adoção das motos elétricas a nível global. Como parte da melhoria das infraestruturas de carga, a Honda tem vindo a trabalhar na popularização da partilha de baterias.
Popularização da partilha de baterias
Em abril deste ano, a ENEOS Holdings, Inc. e os quatro maiores fabricantes japoneses de motos incorporaram em conjunto a Gachaco, Inc., que vai fornecer um serviço de partilha de baterias de substituição uniformizadas para motos elétricas e desenvolverá as infraestruturas necessárias a este serviço. A empresa planeia iniciar o seu serviço de partilha de baterias de motos já neste outono. No Japão, os quatro principais fabricantes japoneses de motos concordaram nas especificações que as baterias de substituição deviam ter, com base na diretriz JASO TP21003*7. A Honda está a trabalhar no sentido de uniformizar as baterias de substituição enquanto participa num consórcio de baterias na Europa e trabalha com uma empresa parceira na Índia. O Consórcio de Baterias Intermutáveis para Motos (SBMC – Swappable Batteries Motorcycle Consortium) foi estabelecido com o objetivo de alcançar uma ampla adoção de motos elétricas e outros produtos de mobilidade elétrica de pequeno porte.
Para acrescentar valor adicional nas suas motos elétricas, a Honda pretende transformar o seu negócio, deixando de ter apenas um foco em vendas não recorrentes de hardware (produto) para um modelo de negócio recorrente que combina hardware e software. Na área de desenvolvimento de software, a Honda tem vindo a trabalhar com a sua subsidiária de software, a Drivemode, no sentido de melhorar a criação de novos valores para as suas motos elétricas no domínio da conectividade. Começando com o modelo utilitário commuter EV previsto para ser colocado à venda em 2024, a Honda vai oferecer funcionalidades em termos de experiência do utilizador que enriquecem continuamente a qualidade da condução através da conectividade, tais como a disponibilização de trajetos ideais que levam em consideração a autonomia restante, o envio de notificações dos pontos de carga, formação em segurança rodoviária e assistência no serviço pós-venda.
Conclusão
Olhando para o futuro, a Honda trabalhará para o estabelecimento de uma plataforma de conectividade que permita gerar ainda maior valor, não apenas interligando as suas motos, mas antes ligando uma vasta gama de produtos Honda, numa conectividade que ultrapasse os domínios dos seus produtos.
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