A CFMOTO conquista o mundo com preços baixos e qualidade crescente. Mas afinal, onde são feitas estas motos e porque custam tão pouco?
Se o nome CFMOTO ainda soa estranho a muitos motociclistas, isso pode mudar em breve. Fundada em 1989, a marca asiática já é um peso pesado no setor dos ATV e, nos últimos anos, tem investido forte para ganhar espaço também no universo das duas rodas, incluindo na exigente cena europeia.

A base da empresa está em Hangzhou, na China, mas a operação internacional é vasta. Mais de 70 países contam com os seus modelos e, só em 2024, a marca produziu cerca de 600 mil veículos e 800 mil motores. O segredo? Um modelo de negócio integrado, que mantém quase toda a produção “em casa” desde o design à fundição dos motores, passando pela montagem final.
Esse controlo total da cadeia produtiva, aliado a custos de fabrico mais baixos, permite à CFMOTO praticar preços agressivos sem comprometer tanto a qualidade. A estratégia lembra uma “padaria familiar que cultiva os seus próprios ingredientes”. Quanto menos intermediários, menor o preço final e maior a consistência do produto.

Mas vender uma moto chinesa a preço competitivo não basta para conquistar a confiança de mercados como o europeu, historicamente marcados pela desconfiança em relação a produtos de baixa qualidade. Para combater esse estigma, a CFMOTO tem apostado em parcerias de peso, incluindo uma joint venture com a KTM até 2025 e em componentes reconhecidos, como travões Brembo ou suspensões KYB.
Exemplo disso é a CFMOTO 450SR, equipada com um motor bicilíndrico paralelo de 449cc desenvolvido internamente, mas com componentes globais de referência. Já a 800 MT-X segue a mesma linha, misturando acessibilidade e fiabilidade.

A política de preços é oferecer mais pelo mesmo preço que a concorrência. A CFMOTO 675SR-R, por exemplo, chega ao mercado por €7.590, um valor bastante competitivo comparativamente às opções disponíveis do mesmo segmento.
Outro trunfo da marca é a rede de suporte e peças locais, sobretudo em mercados-chave, que ajuda a afastar receios comuns em torno de produtos “made in China”. Com garantias de até dois anos e feedback positivo crescente de motociclistas, a CFMOTO parece estar a inverter a narrativa.
De subestimada a desafiante das gigantes japonesas e europeias, a marca chinesa mostra que já não se trata apenas de “ser barata”.