Para muitos fabricantes de motos e desportos motorizados, 2024 foi um ano para esquecer, em termos financeiros. A KTM quase implodiu e as medidas de redução de custos implementadas pela Polaris estão a ser aplicadas em 2025. Então, como é que, no meio de tudo isto, o Grupo Piaggio – proprietário das marcas Vespa, Aprilia, Moto Guzzi, Derbi, Gilera e Scarabeo – conseguiu registar lucros recorde, apesar de uma economia “anómala”?
A Piaggio, de Itália, registou uma margem de lucro anual de 16,9%, o que, segundo o fabricante, é a mais elevada de sempre. Mas a empresa não conseguiu este resultado devido a uma onda de boa sorte. De facto, a Piaggio conseguiu-o perante a adversidade.
A empresa registou uma queda de 12% nos seus lucros antes de juros, impostos, desvalorização e amortização, que em termos absolutos ascendem a 286,7 milhões de euros. Seria de esperar que um recorde fosse inimaginável, mas parece que tudo se deve à gestão da produtividade.
Penso que é importante colocar em perspetiva o que a Piaggio fez. Num mundo em que a KTM conseguiu contrair uma dívida de quase 3 mil milhões de dólares e mantê-la um pouco escondida durante algum tempo, mas que acabou por implodir e enviar grandes repercussões para as indústrias do motociclismo e das corridas, a Piaggio transformou uma perda numa vitória, simplesmente através de uma boa gestão da produtividade.