ACEM alerta para impacto dos novos direitos aduaneiros nos EUA. Motos e peças europeias passam a enfrentar tarifas até 50%.
A Associação Europeia de Fabricantes de Motociclos (ACEM) manifestou forte preocupação com o Acordo-Quadro celebrado entre a União Europeia e os Estados Unidos a 21 de agosto, considerando que este falha em dar resposta aos desafios comerciais enfrentados pelo setor.
Apesar de reconhecer os esforços diplomáticos de ambas as partes, a ACEM sublinha que o acordo deixa a indústria exposta a novos encargos pesados. Uma tarifa geral de 15% sobre motociclos exportados para os EUA e uma taxa adicional de 50% sobre o teor de aço em motos, componentes e acessórios.
Segundo a associação, estas medidas criam uma situação “economicamente insustentável”, já que o aço é essencial na produção de motociclos. O impacto direto poderá comprometer a competitividade das empresas europeias e pôr em risco milhares de postos de trabalho, tanto no continente como do outro lado do Atlântico.
Embora o acordo preveja futuras negociações sobre quotas-tarifa para aço, alumínio e derivados, a ACEM insiste que é urgente passar de promessas vagas a compromissos concretos, com prazos definidos e resultados tangíveis. A incerteza prolongada, alerta a associação, é incompatível com a necessidade de estabilidade de um setor fortemente exportador.
Antonio Perlot, secretário-geral da ACEM, foi claro:
“Este acordo, tal como está, é uma resposta profundamente insuficiente. As tarifas de 15% e 50% retiram qualquer efeito positivo ao entendimento alcançado. Não podemos aceitar que os fabricantes europeus permaneçam em desvantagem competitiva devido a negociações incompletas. É fundamental uma solução equilibrada que restaure condições de concorrência justas e acesso mútuo aos mercados.”
A ACEM garante que continuará a colaborar de perto com as instituições europeias, fornecendo contributos técnicos e a perspetiva da indústria para que as negociações avancem de forma eficaz.