Ensaio: SYM HD300, scooter da alta roda
No geral, os portugueses têm gostos particulares que nos distinguem do resto da Europa pela diferença. No mundo das duas rodas, isto aplica-se de forma clara às scooters de roda grande. Elas encabeçam as vendas em países como Espanha, França ou Itália, mas, até agora, pelo menos, só conseguem vendas vestigiais em Portugal.
O que, por contraditório que possa parecer, deixa a nova SYM HD300 numa excelente posição… É que as suas únicas concorrentes diretas acabam por ser a Honda SH300i e a Beverly da Piaggio, que com esta atualização da SYM ficam um pouco para trás, quer em preço (a Honda custa mais 500 Euros e a Piaggio uns assustadores 2.290€ mais que a SYM, embora tenha mais 50cc e mais potência) quer no equipamento de origem.
Logo à primeira vista, a HD300 impressiona pela positiva. Uma palete de cores bem cuidada dá o mote para um pacote agradável e sedoso, cheio dos pequenos detalhes de acabamento que ainda há bem pouco dificilmente seriam encontrados numa produção de Taiwan, mas que agora abundam e não raro fazem a diferença.
Na SYM é o motor com cilindro revestido a cerâmica, que dá à marca a confiança de oferecer uma garantia única no nosso mercado de 5 anos. Graças à cobertura de silicone, as paredes do cilindro trabalham cerca de 15º abaixo da temperatura de operação dum cilindro convencional, resultando em menor desgaste e, logo, maior duração e fiabilidade.
Adicionalmente, há iluminação em LED frente e trás, mais Daytime Running Lights para segurança adicional, e uma nova leveza, fruto em parte do novo quadro e em parte da utilização de materiais mais leves no seu conjunto.
Depois, o assento duplo é generosamente dimensionado e acolchoado e até bonito, com um pesponto contrastante ao redor da zona superior e logótipo embutido na traseira. A cor escolhida (caramelo na versão cinza claro e negro com pesponto vermelho na versão cinza escuro) complementa o conjunto e contribui para definir o look do modelo, tanto como o tradicional formato de plataforma que leva as pernas protegidas e juntas, muito natural e confortável.
O painel de instrumentos, combinação de analógico (velocímetro, regime, combustível) e digital (Km totais e parciais, horas, temperatura do liquido refrigerante) é ao mesmo tempo simples, estiloso e de fácil leitura, complementado ainda por luzes indicadoras de várias funções como os comutadores, indicador do óleo, máximos ou funcionamento do ABS.
Em andamento, tudo funciona sem dramas: O motor de 27 cavalos da HD oferece uma boa resposta ao acelerador e sobe vivazmente a caminho do teto de cerca de 130 Km/h, graças em parte à já referida leveza do conjunto. A negociar estradas menos boas, a roda de 16” é uma vantagem, outra razão por que é difícil perceber a relutância inicial dos portugueses em adotar este tipo de scooter.
Se era por causa do espaço de bagagem, tradicionalmente mais limitado que as mais bojudas maxi-scooters, esqueçam: Esta HD tem 38 litros de capacidade sob o banco, suficiente para dois jets ou um capacete integral mais alguns objetos pessoais, e ainda uma tomada USB na frente, com tampão de gasolina pop-up e gancho de carga que pivota para recolher quando não está a ser preciso.
A travagem faz-se eficientemente com discos perfurados frente e trás, o dianteiro um grande rotor de 287mm, e com a confiança adicional dada pela presença do ABS.
O comportamento dinâmico apresenta estabilidade em reta e boa inserção em curva, linear e progressiva, mas mantendo uma sensação de leveza de direção que nem sempre está presente nas maxi-scooters de pneus mais grossos e mais pequenos.
Do lado da proteção aerodinâmica, sem vidro frontal, não se podem esperar milagres, mas a HD300 sempre leva as pernas resguardadas… Já agora, a pequena plataforma de carga na traseira está preparada com pré-instalação de uma Top Case, facilitando a adição desse útil acessório. Fácil de colocar no descanso, quer lateral, quer central, e oferecendo consumos de cerca de 3 litros aos 100, a HD tem todos os argumentos para vencer, finalmente, a relutância do nosso mercado às scooters de roda grande.
Mais:
Estilo, Conforto, Desempenho
Menos:
Proteção aerodinâmica melhorável
SYM HD 300 | FICHA TÉCNICA |
Motor | Monocilíndrico de 278 cc , refrigerado a líquido |
Potência | 27 cv às 8.000 rpm |
Alimentação | Injeção eletrónica |
Transmissão | Variador |
Ciclística | Quadro tubular em aço |
Dimensões C x L x A | 2.220 x 770 x 1230 mm |
Altura assento | 800 mm |
Travões, Frente | Disco pétala de 287mm, ABS |
Travões, Trás | Disco sulcado de 260 mm |
Rodas | Jantes de 16” em liga |
Pneus, Fr. – Tr. | 110/70/16 – 140/70/16 |
Suspensão | Forqueta hidráulica, Fr., 2 amortecedores atrás |
Peso: | 179 Kg |
Preço: | 4.499 € |
Importador | Moteo, S.A. |
Concorrência:
Honda SH300i: 25 cv, 5.490 €, 169 Kg
Piaggio Beverly 350: 33 cv, 6.790 €, 191 Kg
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