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Teste Voge 500 DS – A aposta premium do Oriente

By on 8 Maio, 2021

Nos dias que correm poucos são os objectos que não são globalizados. Claramente assumida como uma super potência mundial na produção em larga escala, a China nem sempre tem o consumidor final como seu cliente (há marcas a servirem-se da sua capacidade produtiva, com rigorosos controlos de qualidade). A Voge 500 DS vem competir num dos segmentos mais acessíveis do mercado Europeu. E traz bons argumentos..

Texto de Pedro Alpiarça

A primeira impressão desta máquina deixa-nos confusos. A sua silhueta esguia mas ao mesmo tempo encorpada, as suas linhas estilizadas (a iluminação Full-LED no perfilado farol, as formas do depósito) e bem conseguidas têm um aspecto familiar, já registámos estas formas anteriormente numa marca também vinda do Oriente. Ao segundo olhar ficamos intrigados com o nome. Vogue? Voje? Optamos por seguir a direcção indicada pelos directores espanhois da Loncin, o fabricante chinês que criou a Voge como marca premium.

Esta 500 DS é seu o porta-estandarte, uma clara aposta num segmento de recém encartados que procuram a sua primeira trail, e aqueles que desconhecem a dimensão e o background histórico da Loncin, rapidamente ficam enquadrados quando relembramos que as suas parcerias já deram ao mundo motores como o austríaco Rotax , o motor monocilíndrico refrigerado a água de 650cc que equipou motos da família G da BMW. Nos dias que correm, a MV Agusta tem outra parceria para criar unidades motrizes de menor cilindrada e desenvolver outras de maior volumetria, numa sinergia que demonstra a relevância da marca chinesa no mundo das duas rodas.

Enquadramento histórico feito, pronúncia do nome decidida, e começamos a perceber para que a Voge 500 DS está cheia de vontade de mostrar o que vale…

Nos primeiros kms, rapidamente ficou definida a sua postura amigável e estabilidade no comportamento. Posição de condução confortável e altura do assento acessível (821 mm), muito enfoque num controle que se quer intuitivo, relembramos que o seu publico alvo procura a primeira moto, a facilidade de utilização é o seu mote.

A aposta na  jante dianteira de 17” dá-lhe uma capacidade estradista reafirmada pelos Pirelli Angel que apresenta. Tem montadas de origem umas prácticas crash-bars antevendo eventuais loucuras mais empoeiradas. Cada peça tem o seu propósito, e nós acreditamos que chamar esta Voge 500 DS de aventureira é uma hipérbole que pode sair cara, até porque em estrada a sua ciclística demonstra um à vontade que não pode ser ignorado.

O bicilindrico em linha de 471 cc (46,9 cv @ 8500 rpm ; 40,5 Nm @ 7000 rpm, Euro 5) não é um portento de força, mas é esforçado e rotativo, não fossem as ultimas três relações de caixa tão curtas, e a Voge não rolava de modo estridente em ritmos de cruzeiro de auto-estrada. Talvez uma cremalheira com menos uns dentes seja indicada para aqueles que querem dar uns passeios maiores. Porque a proteção aerodinâmica do vidro frontal ajustável é boa, as vibrações não são exageradas e as suspensões Kayaba estão à altura do desafio, a Voge 500 DS prima pela neutralidade de reacções, uma óptima escola para dar azo a horizontes mais largos. Um depósito de 17L e bons consumos alcançam autonomias na ordem dos 450 km.

A travagem é mordaz e doseável, e embora gostássemos de um pouco mais de potência achamos bem dimensionada para as reais capacidades dinâmicas do modelo, no fundo uma máquina inspiradora de confiança onde o condutor tem a o à vontade de definir o seu ritmo, sem correr o risco de se assustar com reacções imprevisíveis.

Claro que há pormenores que derivam de uma certa cultura de função vs forma, os comutadores dos bonitos piscas de funcionamento sequencial parecem inacabados, o TFT a cores com informação bem detalhada mas pouco visível sob a incidência directa do Sol e o escape de saída dupla que afinal… não o é…

Mas a marca não esqueceu uma ficha USB e uma ligação Bluetooth para o telemóvel, pormenores fundamentais para o conforto tecnológico dos nossos tempos.

Dentro da feroz concorrência, a Voge 500 DS apresenta-se como uma proposta interessante e diferente, com pormenores estéticos bem pensados e soluções técnicas de qualidade para sustentar uma condução equilibrada e confiante. Tornando-se uma opção válida no importante segmento dos possuidores de carta A2, a Voge orgulha a sua origem, e merece ser olhada sem preconceito.

 

Ficha Técnica:

Motor

Tipo de motorBicilindrico em linha, DOHC
Cilindrada471 cc
Potência46,9 cv @ 8500 rpm
Binário40,5 Nm @ 7000 rpm
TransmissãoCaixa de 6 velocidades, transmissão final por corrente

Ciclística

QuadroMultitubular
Suspensão Dianteira / TraseiraForquilha invertida de 41 mm Kayaba, 156 mm de curso / Amortecedor com bielas Kayaba, 61 mm de curso
Travagem Dianteira / TraseiraDuplo disco flotante (298 mm), pinças NISSIN de 2 pistões (ABS – Bosch) / Disco (240 mm), pinça NISSIN de 1 pistão (ABS – Bosch)
Pneu Dianteiro / Traseiro120/70ZR17 M/C Pirelli Angel ST ; 160/60ZR17 M/C Pirelli Angel ST

Dimensões e Preço

Altura do assento821 mm
Distância entre eixos1445 mm
Capacidade do Depósito17 L
Peso205 Kg em ordem de marcha
Preço6,395 € (promo actual 5,595 €)

 

Cores e Acessórios:

 

Concorrência:

  • Benelli TRK 502

47,6 cv ; 235 Kg ; a partir de 6,170 €
  • Macbor Montana XR5

47,5 cv ; 178 Kg a seco ; a partir de 6,599 €
  • Honda CB 500 X

48 cv ; 197 Kg ; a partir de 7,000 €

 

Galeria:

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